8 DE DEZEMBRO, DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA
Comemora-se a oito de dezembro o Dia Internacional da Família uma celebração criada pela Igreja Mórmon, visando destacar a importância da instituição como o primeiro grupo social do qual desde o nascimento tomamos parte e como o mais antigo agrupamento humano. Atualmente se registram situações diferentes da composição tradicional, efetivada pelo casamento oficial. Existem as provenientes de uniões estáveis ou homoafetivas, o que vem provocando novas concepções jurídicas.
No entanto, qualquer que seja a sua origem, sempre aparece uma circunstância eminentemente social que a torna um centro de socialização, de formação da pessoa em todos os níveis, fazendo com que essa dependência não se esgote apenas no aspecto biológico, mas abranja, também, o moral, o psíquico, o espiritual etc. Com efeito, é por intermédio dos seus membros que os conhecimentos são passados de uma geração para outra, mantendo-se a denominada herança cultural. Sua estrutura é comparada a uma escola onde o indivíduo, educado pelos pais, aprende a viver com seus semelhantes, cientificando-se sobre o respeito obrigações em geral, além de lhe serem passados outros conhecimentos necessários à vida em sociedade.
Há uma série interminável de problemas em nosso país que provêm em grande parte da grave crise pela qual está passando a instituição familiar e pela qual devemos lutar por sua recuperação e permanente estabilidade, independente da forma como é constituída.
Instituído pela Lei Federal n. 1408 de 1951, em oito de dezembro também transcorre no Brasil o Dia Nacional da Justiça,comemorado com um feriado para os funcionários forenses de todo o País. No entanto, num clima de quase desespero, a população não tem o que festejar. Infelizmente a Justiça brasileira se encontra travada pelo excesso de burocracia, pelo formalismo processual e por outros aspectos variados, pugnando-se por reformas urgentes, inclusive de natureza administrativa para que busque aperfeiçoar seu desempenho em benefício do cidadão e coibir certos abusos que afetam a sua estrutura.
Por outro lado, a incontornável morosidade vem comprometendo o seu funcionamento e frustrando, ainda que involuntariamente, à busca de um estado social em que todos possam desfrutar de relativa igualdade. Com raro brilhantismo, o economista Roberto Macedo retratou esse quadro: “Ou a Justiça acorda do sonolento ritmo que imprime a seus processos, ou continuará prejudicando o desenvolvimento do País. O da economia, em sua capacidade de prover os recursos necessários; o social, em sua crença nas instituições que sustentam o Estatuto de Direito; e o político, pelos abomináveis caminhos a que essa descrença pode levar”. (“O Estado de São Paulo”- 03.06.2004- p.2)
SAUDADE
O dia oito de dezembro assinala o aniversário da morte de John Lennon (1980), friamente assassinado em Nova York e do maestro brasileiro Tom Jobim (1994). Duas personalidades da música universal que marcaram suas épocas com estilos de vida próprios e obras artísticas de elevado nível. Enquanto o primeiro sonhava com um mundo pacífico, o segundo exaltava as belezas da natureza e lutava por sua preservação. Deixaram um ótimo legado à humanidade, pois além do que produziram como artistas influenciaram gerações, modificaram usos e costumes e ditaram involuntariamente alguns modismos, já que dotados de forte personalidade, tomaram posições firmes diante de imposições sociais muitos vezes, frutos de opressões reinantes. Nomes que jamais serão esquecidos e que realmente devem ser exaltados como ídolos que se sobrepuseram aos puros efeitos da fama, para se imporem como pessoas extremamente preocupadas com os destinos da humanidade. Cada qual ao seu modo.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)