A facada que deve mudar tudo

10 de setembro de 2018 137

Antes mesmo da facada que levou em Juiz de Fora, já estava claro que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) estava garantido no segundo turno. Até então com 22% nas pesquisas, tudo indicava que dificilmente seria ultrapassado pelos adversários e que uma das duas vagas para o segundo turno seria sua. Naquela altura, a segunda vaga estava sendo disputada por Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB). Mas, com a facada, o discurso de que ele era o radical, o intransigente, etc, caiu por terra.

Os opositores, sobretudo da esquerda mais virulenta, passaram a dividir essa pecha do radicalismo mais exacerbado. De radical, Bolsonaro passou a ser vitima da truculência. É possível que vire mártir dessa guerra de torcidas, do nós contra o eles. Vai dar para ter uma ideia melhor desse quadro na noite desta segunda-feira, quando o Datafolha divulgar as pesquisas feitas nesta segunda-feira mesmo, a pedido do Jornal Nacional da TV Globo. Afinal, a pesquisa do Datafolha já vai refletir o que o eleitor achou do atentado a Bolsonaro.

Tem muita gente que estava enrustida e indecisa e que agora, após o atentado, pode optar pelo voto no ex-capitão do Exército, com todos os seus defeitos, de homofóbico, de racista, de misógino e de tudo o mais que falam contra ele. Tem pesquisas informais feitas por um banco que dizem que Bolsonaro pode estar na faixa de 28% a 30%. Basta ver o que o Datafolha vai apontar. Afinal, o Datafolha sempre é mais confiável.