A JUSTIÇA ELEITORAL SE OMITIU FACE À FRAUDE COMETIDA POR BOLSONARO EM 2018. VAI CUMPRIR O SEU PAPEL AGORA?
2018. VAI CUMPRIR O SEU PAPEL AGORA?
O crime eleitoral mais grave das eleições municipais de 2024 foi cometido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, em pleno transcurso da votação, deu entrevista a jornalistas afirmando que o PCC teria orientado voto no candidato Guilherme Boulos.
Depois, quando ele próprio foi votar, Tarcísio repetiu a ilegalidade (jamais poderia ter feito tal acusação à imprensa com a votação em curso), não apresentando prova nenhuma e dando como fonte a Inteligência da Polícia de São Paulo.
A presidente do TSE, ministra Carmen Lúcia, afirmou ainda no domingo (27) que a resposta será dada pela Justiça Eleitoral em prazo curtíssimo.
Ora, o favorecimento ao candidato Ricardo Nunes, apoiado por Tarcísio, foi tão evidente e tão extremado que a única medida à altura seria a anulação do 2º turno na capital paulista, seguida de sua repetição o quanto antes.
Caso contrário o crime novamente compensará, como compensou em 2018, quando alertei em tempo, mas em vão, que a manipulação criminosa do turno inicial (realizado em 08/10) só poderia ser corrigida antes da realização do turno final (marcado para 29/10), o qual precisaria, portanto, ser adiado até a rigorosa apuração do episódio.
Daquela vez a Justiça Eleitoral se acovardou e os brasileiros tivemos de suportar durante quatro anos um presidente desprovido até mesmo de sanidade mental (afora condições intelectuais e morais) para o exercício do cargo.
Recordemos aquele péssimo precedente pois há enorme risco de repetição, neste país que, tendo ou não Charles De Gaulle feito tal afirmação, sabidamente não é sério.
O blog Náufrago da Utopia foi dos primeiros a denunciar o crapuloso esquema de manipulação virtual que comprometeu de forma irremediável a legalidade da eleição presidencial de 2018, num artigo antológico do David Emanuel Coelho, publicado no dia 16/10, antes de evidenciar-se amplamente a manipulação criminosa que o eleitorado sofrera.
Depois, quando a ficha caiu mas a Justiça Eleitoral deixava perceber que iria se abster vergonhosamente do cumprimento de seu dever, alertei em 19/10 que era imperativo o adiamento do 2º turno; e reforcei a necessidade de urgência com uma denúncia mais contundente no dia seguinte, tendo como título Os meritíssimos em cima do muro e os brasileiros marchando para o abismo. Escrevi:
"Há evidências gritantes de que foram cometidos crimes eleitorais em cascata, mais do que suficientes para influenciarem o resultado do pleito, devendo, portanto, o beneficiário ser excluído da eleição presidencial.
Mas os meritíssimos preferem permanecer confortavelmente assentados sobre o muro, ao invés de determinarem a imediata apuração das denúncias, adiando o prosseguimento do processo eleitoral para quando houver certeza, ou de que o 1º turno foi válido e o 2º pode ser realizado, ou de que o 1º foi fraudado e precisa ser repetido.
Assim, o possível criminoso será beneficiado e as possíveis vítimas muito prejudicadas...
Uma cassação posterior do mandato presidencial de Bolsonaro, única decisão possível à luz dos acontecimentos, colocaria o Brasil à beira do caos.
Se, devido à falta de coragem dos magistrados para agirem como é certo no momento em que isto se faz dramaticamente necessário, adiante ocorrerem episódios terríveis como banhos de sangue ou a instalação de uma nova ditadura, os brasileiros civilizados sabem, desde já, quem terão sido os maiores culpados".
A nova ditadura só deixou de ser instalada por causa da incompetência golpista dos bolsonaristas no 08.01.2023. E algo bem próximo do banho de sangue foi a premeditada sabotagem presidencial da vacinação contra a covid, que, segundo algumas das mais respeitadas instituições científicas do exterior, fez aumentar o número de vítimas fatais da pandemia em cerca de 400 mil cidadãos.
As consequências de uma possível nova omissão dos togados não serão tão terríveis desta vez, mas a avacalhação do alardeado estado democrático de direito, enorme. Torço para que a Carmen Lúcia faça cumprir o que prometeu. (por Celso Lungaretti)
"Não é possível acreditar que tudo isso seja
verdade! Até quando suportaremos? Até quando?"