A MAIOR PROVA DA VERDADE NA DECLARAÇÃO DE CARLOS BOLSONARO SERIA “ELE PRÓPRIO”?

19 de setembro de 2019 537

Em todos os tempos da distorcida política brasileira nenhuma declaração jamais causou tanta confusão, desconforto  e embaraço, no meio político , e também na própria  grande mídia, quanto  a polêmica declaração do vereador carioca  Carlos Bolsonaro, no sentido  de que “ por vias democráticas,a  transformação que o Brasil quer não acontecerá com a velocidade que almejamos”.

Tudo indica que o citado vereador não  seria dotado da  capacitação intelectual  que seria necessária para compreender  a profundidade e a veracidade  da sua própria  declaração, que ao que mais parece  teria lhe  “escapado” pela boca, talvez inadvertidamente , sem refletir o suficiente antes, dentro do único objetivo de se promover e causar impacto, como “bom” político, sempre com uma “latinha” da imprensa à sua mercê, na busca de maior espaço, como sói acontecer com a imensa maioria dos políticos demagogos que grassam no país inteiro.

Nessa polêmica declaração, que tanto  “deu pano  para mangas,” e alvoroço causou nas “hostes” políticas, mais parece que o principal órgão “pensante” de Carlos Bolsonaro teria sido  a sua “língua”, mais que  o cérebro. Apesar de tudo , sua “língua” não deixou de pensar e falar  uma grande verdade.

Mas “apesar dos pesares”, Carlos ainda foi demasiadamente otimista na sua declaração, relativamente  à  (pseudo) democracia praticada no Brasil, no sentido de que  o seu alcance  seria “certo”, porém  condicionada a sua realização a uma  menor  “velocidade” do que deveria.  Carlos não declarou que a democracia “que almejamos” não chegaria nunca, somente “retardaria”.                                                              

Apesar de tudo, a sua “fala” está perfeitamente sintonizada  com a maioria dos “entendidos” em democracia, que sempre “acham” que tem que ser assim mesmo, que a democracia é “demorada”,”lenta”. Porém tudo não passa de desculpa “esfarrapada”.  O que esses pilantras da política na verdade fazem  é jogar contra o tempo, acenando sempre com uma democracia “maravilhosa”, mas “lá na frente”, onde os atores já serão outros, não eles próprios. E assim vai se levando  um Brasil que em relação ao alcance das potencialidades do seu povo, não tem”passado”, nem  “presente”, somente uma “promessa” de futuro. E as gerações vão se sucedendo. E nada muda. O prometido “amanhã” nunca chega. Os brasileiros  se alimentam somente  de promessas. São “vítimas” dos políticos.

Não existe maior prova que a “democracia” brasileira não passa de lixo do que a simples análise dos seus resultados durante toda a sua existência, onde ela  já nasceu “torta”, viciada, após a Proclamação da República, em 1891,chegando a um desvio tão profundo que hoje o mando da política fica concentrado exclusivamente nas mãos da pior escória da sociedade, levada a fazer política por um povo absolutamente incapacitado  de indicar e escolher os seus  melhores representantes, ficando nas mãos da  “ditadura” dos partidos políticos, e que é “elevado”  exclusivamente  pelos  políticos beneficiários dos seus votos “trouxas”, e que são, ”coincidentemente”, os únicos que elogiam sem reservas essa democracia degenerada que se pratica.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

Por isso Carlos Bolsonaro fez o mesmo que dar um chute nos “culhões” desses  patifes que se beneficiam dessa democracia  política malformada , apesar de ser  também um dos “atingidos” por esse chute que ele mesmo deu. E essa democracia degenerada,corrompida,malformada, deturpada, que gerou quase todos esses políticos  beneficiários, foi denominada por Políbio, historiador e geógrafo da Antiga Grécia, de OCLOCRACIA,  à sombra da qual o Brasil seguirá vivendo enquanto  não praticar a verdadeira democracia.

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado e Sociólogo

                                                                                                                                                            

O CONTRAPONTO

Sérgio Alves de Oliveira