A MÚSICA DO DIA É PARA O COMPANHEIRO DAVID, QUE SOFREU AMARGA DERROTA PARA O PASSADO MAS TEM O FUTURO A SEU LADO

2 de julho de 2024 41

"Lula derrotou a greve [da Educação Federal], mas junto condenou seu próprio governo ao fiasco. Depois de suas ações, nunca mais poderá dizer que defende a educação ou os trabalhadores. 

Ao pisar na garganta de um setor historicamente aliado, enquanto valorizou os bolsonaristas, o presidente mostrou seu desprezo pelos aliados e seu delírio de onipotência. 

A conta já chegará nas eleições de outubro deste ano." (David Coelho,  editor deste blog e um dos líderes da greve, neste post)

 

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LULA DERROTA GREVE DA EDUCAÇÃO FEDERAL

Após 86 dias, chega ao fim a greve da educação pública federal com a assinatura de um acordo entre os sindicatos representativos dos trabalhadores e o governo Lula. O resultado final do acordo ficou muito aquém do que era pretendido, com uma recomposição salarial insuficiente, recomposição tímida do orçamento e promessas vagas sobre reestruturação de carreira e novas concessões para docentes e técnicos. 

Lula cerrou fileiras junto aos capitalistas e não aceitou que se colocasse qualquer fissura na política de austeridade fiscal, cuja defesa foi elemento fundamental do pacto que permitiu sua saída da prisão e posterior eleição, na farsa da frente ampla pela democracia. Acuado pela fortíssima greve, emparedado pelas manifestações, Lula não teve outra alternativa que fazer prepotente discurso (veja aqui) exigindo que os líderes sindicais, seus paus mandados, colocassem fim à greve.

A indignação de Lula era porque esses líderes não tinham conseguido impedir a greve de acontecer. Tentaram, mas os trabalhadores os atropelaram. Uma vez a greve deflagrada, eles a boicotaram de todas as formas, seja poupando Lula das críticas, seja impedindo a realização de atos de rua, seja induzindo medo entre os trabalhadores. No fim, inclusive, foi esse discurso do medo o determinante para o fim do movimento, pois foi incutido na cabeça dos trabalhadores que se não aceitassem as migalhas concedidas por Lula, ele não daria nada, como já havia feito Dilma em 2011.

Com quase três meses de greve, muitas disputas, pressões e cansaço, os trabalhadores não tiveram outra opção que acatar o encaminhamento do fim do movimento paredista. Seus líderes, obedecendo a Lula, faziam o discurso do medo e o iam instando a retomar as atividades, e esses, em dúvida profunda, resolveram que o melhor era recuar e garantir a miséria concedida pelo governo. 

Contudo, essa greve conseguiu avanços gigantescos, as maiores foram na organização e na consciência política. Foi desnudado o caráter conservador de Lula e sua mentira em relação a valorizar a educação. Ficou também claro seu papel de defensor intransigente dos interesses dos capitalistas, protegendo-os mesmo às custas da implosão de seu governo. Finalmente, os trabalhadores avançaram na compreensão de seu papel enquanto classe, na importância de sua organização e em que, ao fim das contas, são eles próprios os sujeitos da história. 

Lula derrotou a greve, mas junto condenou seu próprio governo ao fiasco, conforme já tínhamos alertado anteriormente em outro post. Depois de suas ações, não poderá nunca mais dizer que defende a educação ou os trabalhadores. Ao pisar na garganta de um setor historicamente aliado, enquanto valorizou os bolsonaristas, o presidente mostrou seu desprezo pelos aliados e seu delírio de onipotência. A conta já chegará nas eleições de outubro desse ano. 

A greve se encerrou, mas a luta por um novo mundo continuará! (por David Coelho)

 Fala em assembleia do Colégio Pedro II em que se decidiu o encerramento da greve

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EU AINDA NÃO MORRI (mensagem à ombudsman da "Folha de S. Paulo")

Prezada colega Alexandra Moraes,

quando do lançamento do UOL na década de 1990, as parceiras Grupo Folha e Editora Abril concederam aos primeiros assinantes do pacote o acesso virtual vitalício ao jornal Folha de S. Paulo e à revista Veja. Fui um deles.

A Abril recuou da sua promessa ainda no século passado: passou a liberar o acesso à edição anterior apenas no dia em que a nova edição entrava em bancas. Até que, em algum momento, até tal subterfúgio desapareceu de vez.

A Folha, aos trancos e barrancos, foi honrando seu compromisso, mas, desde a década passada, vem dificultando cada vez mais o acesso. 

Tornou-se frequente a utilização de uma nova modalidade de assinatura ("só para assinantes") para introduzir uma barreira criada posteriormente ao contrato original, o que, todos sabemos, é uma prática ilegal.

Mesmo assim, estressando-me e perdendo meu tempo com atendentes para exigir aquilo a que tinha direito, eu acabava contornando o obstáculo, obtendo acesso às matérias vedadas aos assinantes classe B e nelas ingressando com meus comentários.

A novidade na década atual é que até tal porta foi fechada. E eu, aos 73 anos, sendo jornalista e não advogado, estou solicitando sua intervenção:

— como assinante cujo contrato vigente está sendo desrespeitado, e

— como idoso que ainda tenho necessidade da informação adquirida vitaliciamente, mesmo que o seja agora apenas como cidadão e eu não exerça mais qualquer atividade remunerada relativa à minha profissão.

Espero que a colega aja com justiça. Afinal, não é minha culpa estar vivo até hoje, haver conservado a lucidez e não ter perdido a memória...

Atenciosamente,.

CELSO LUNGARETTI

"...e todo jornal que eu leio me diz que a gente já era, que não é

mais primavera, oh baby, oh baby, a gente ainda nem começou..."

Fonte: CELSO LUNGARETTI
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )