A tristeza das ‘formiguinhas’ e o capataz de olhar penitente; censura nas eleições de Rondônia – e Vinícius Miguel desce o cacete
Voltei
Depois de um tempo reflexivo fazendo companhia a Cabo Daciolo no Monte das Oliveiras, i’m back, para honra e glória do senhor Jesuix Crixxto!
Tristeza
Andando por Porto Velho, em quase toda a esquina que seja, é perceptível a tristeza no olhar das ‘formiguinhas’. O sorriso amarelo no rosto não consegue esconder o desgosto de ter de entregar às mãos das pessoas os santinhos dos candidatos mais diabólicos. A tortura interna dessa briga moral entre angústia e necessidade financeira é nítida e, convenhamos, qualquer pessoa sensível absorve esse baque.
Sintoma
Como diz o pastor Aluízo Vidal (REDE), esse número massivo de ‘apoiadores’ nas ruas, digamos assim, é um reflexo da desgraça econômica que se abateu sobre os brasileiros; no caso, infelizmente, os rondonienses estão mais que abraçados por essa desolação monetária, daí, óbvio, qualquer pessoa em condições precárias não fará cerimônia na hora de empunhar bandeiras, criar coreografias constrangedoras para jingles deploráveis e muito menos para entregar material de campanha.
Capataz
Tudo isso sem contar que a grande maioria desses grupos é vigiada por uma espécie de capataz de olhar penitente, uma mistura de cafetão de cortesãs do baixo meretrício com Mazzaropi, sujeito bronco pra cacete! Ai de quem deixar um só santinho cair na rua...
Cacete
Falando em cacete, Vinícius Miguel, também da REDE, passou a se destacar após os debates televisionados. Com apenas 20 segundos de televisão e rádio durante o horário eleitoral gratuito, é óbvio que o jovem seria obrigado a sacar suas armas retóricas a fim de se destacar: e foi o que aconteceu. O professor passou a receber adesão espontânea e muita gente que sequer tinha intenção de votar passou a levá-lo em consideração. Lá atrás eu havia dito: prestem atenção nesse cara.
Censura
Longe de querer discutir o equilíbrio em campanhas tão desequilibradas entre poderes político-econômicos, o tema censura veio à tona após vários candidatos se insurgirem contra a página Humor em PVH, sucesso no Facebook. Embora o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RO) tenha de se postar contra abusos e ofensas deliberadas até para que o rombo institucional da disparidade não cresça ainda mais, é sintomática a aversão de muitos agentes públicos a críticas.
Ônus
As críticas representam parte do ônus da vida pública. Além disso, como bem pontuou a juíza auxiliar Úrsula Gonçalves Theodoro em uma dessas ações, “...o que se percebe é a liberdade de manifestação do pensamento e do direito de resistência daquele que não concorda com determinado modelo do sistema democrático ora estabelecido, direito assegurado constitucionalmente (CF, art. 220)”. Sou solidário aos administradores da página humorística e repreendo, expressamente, qualquer tentativa de minar as liberdades asseguradas pela Constituição Federal.
Esposa do coronel começou no gabinete de Confúcio e terminou na Segesp
Nepotismo?
No debate da Globo, Pimenta de Rondônia, do PSOL, acusou o Coronel Marcos Rocha (PSL), “do mesmo partido de Bolsonaro”, de incorrer na prática de nepotismo. ‘O Espectador’ checou a informação e, com ajuda de juristas, chegou à conclusão de que o fato não se enquadra à prática ilegal aventada por Pimenta.
Mas...
O fato de a esposa de Marcos Rocha pertencer aos quadros comissionados do Governo de Rondônia de 2013 a junho de 2018, exonerada apenas para que pudesse concorrer pelo mesmo partido do marido, se enquadra, sim, ao velho dilema: é legal, mas será que é moral?
Subordinação
Lembrando que o coronel foi anunciado em dezembro de 2014 como Secretário de Justiça. Ou seja, foram praticamente quatro anos em que ambos assumiram cargo de confiança ao mesmo tempo e receberam dividendos públicos na gestão do ex-governador Confúcio Moura (MDB). Juntando os salários, o emedebista fez um casal muito feliz, diga-se de passagem. Mas, reitero, não houve nepotismo porque, para que seja configurado, é necessário vínculo de subordinação.
Curiosidade
Uma das pesquisas da corrida pelo Senado em Rondônia foi realizada pelo Instituto Fortiori. Curiosamente, a empresa consta no ranking de fornecedores do candidato à reeleição Valdir Raupp, do MDB. Recebeu R$ 35 mil da campanha. Na pesquisa veiculada por determinada emissora, Raupp aparecia em 2º lugar, mas a vantagem é que impressiona: estava a quase 10 pontos da terceira colocada. Pois é...
Contato
Estamos à disposição através do e-mail viniciuscanova89@gmail.com. Lembre-se: “O Espectador” é veiculada originalmente no Rondônia Dinâmica, mas a reprodução está autorizada desde que citada a fonte.
Autor / Fonte: Vinicius Canova / O Espectador
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POR: VINICIUS CANOVA