Abstenção cresce em três semanas e supera votos de Boulos no segundo turno

28 de outubro de 2024 22

FOTO Montagem/IstoÉ

As eleições de 2024 em São Paulo registraram o maior índice de abstenção da história, superando até os votos de Guilherme Boulos (PSOL), derrotado na disputa pela Prefeitura da capital paulista. Neste ano, 31,5% do eleitorado deixou de votar, contra 30,8% em 2020, ano em que a pandemia provocou uma alta na desistência do voto.

De acordo com os dados do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), 2.940.360 eleitores se abstiveram de votar neste segundo turno. Na primeira etapa da eleição, esse número era de 2.548.857 eleitores.

O número é ainda maior se comparado aos votos de Boulos neste domingo, 27. O candidato do PSOL obteve 2.323.901 votos, cerca de 600 mil votos a menos que a abstenção. Guilherme Boulos encerrou a apuração com 40,6% dos votos válidos.

Nem o vencedor da disputa, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), escapou dos números dos eleitores que não se sentem representados pelos candidatos. Somando-se as abstenções e os votos brancos e nulos, temos 3.605.433 eleitores, cerca de 300 mil a mais do que Nunes conquistou neste segundo turno. O reeleito angariou 3.393.110 eleitores, o que representa 59,3% dos votos válidos.

Os números podem ser explicados pelo “efeito Pablo Marçal” (PRTB) nas eleições deste ano. O coach, que obteve 1,7 milhão de votos no primeiro turno, movimentou o cenário eleitoral e enfraqueceu a candidatura de Ricardo Nunes (MDB) entre os bolsonaristas, além de contribuir para o aumento da rejeição do prefeito.

No segundo turno, Marçal ensaiou apoio a Nunes, mas recuou e declarou que não votaria em nenhum dos candidatos ao Edifício Matarazzo. Em uma live com Boulos, sugeriu que optaria pelo voto nulo, que também aumentou de um turno para outro.

 

Fonte: João Vitor Revedilho