Moradora do 3º andar do prédio que desabou após pegar fogo no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, Crivalda conta que estava dormindo quando o incêndio começou.
"Eu estava dormindo, acordei meu marido gritando 'fogo, fogo, fogo'. Peguei meu filho e saí. Não consegui salvar os documentos dele, consegui salvar só os meus. Estou aqui no meio da rua, com roupa de dormir, sem nada."
Crivalda afirma que havia se mudado para o prédio – uma ocupação onde viviam 50 famílias – há um ano, por não conseguir mais pagar o aluguel da casa onde vivia. Segundo ela, os moradores separavam os lares com chapas de madeiras compensada.
"Eu tinha medo mas eu não tinha condições de morar em outro lugar."
Outra moradora do prédio diz que conseguiu chegar na rua pouco antes de as chamas tomarem conta do prédio
"Eu ouvi o barulho dos vidros caindo e pensei que era chuva. Quando nós estávamos na rua, que eu virei, o fogo já estava tomando conta, a chama já estava subindo."
Moradora de um prédio vizinho, a camareira Brunele Viana Lisboa, de 23 anos, também diz que só teve o tempo de pegar a filha e os documentos.
"No momento que começou eu estava dormindo. Quando começou, a minha amiga que me acordou. O dono do prédio começou a gritar e a falar que estava pegando fogo. Aí ele saiu batendo em todas as portas. Minha amiga que me acordou, acordei ela [a filha] e saí. Não deu tempo de eu pegar nada. Só peguei os meus documentos e peguei a menina e saí do prédio", disse.
O incêndio teve início por volta da 1h30 no prédio, que em seguida, desabou. As chamas atingiram um edifício vizinho.
O número de vítimas ainda não foi divulgado. Um homem que estava sendo restagado quando o primeiro edifício desabou, e caiu junto. Durante a madrugada, o coronel Max Mena, do Corpo de Bombeiros, afirmou que ele havia morrido, mas, pela manhã, o porta-voz da corporação informou que essa vítima ainda é tratada como desaparecida.
Há ao menos 3 desaparecidos.