Água, açúcar e café. Gastos do STJ com comida têm alta de 26,5%

19 de maio de 2019 225

Água com gás, café moído, açúcar cristal. Esses são alguns dos itens mais “populares” na lista de compras do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os gastos com “aquisição de gêneros alimentícios”, categoria na qual estão incluídos os itens mencionados, subiram 26,5% nos primeiros quatro meses de 2019 na comparação com o mesmo período do ano passado. Na época, a inflação foi de 4,94%.

As despesas da Corte com comida passaram de R$ 186.285,18, no primeiro quadrimestre de 2018, para R$ 253.655,46 no mesmo recorte deste ano. São R$ 67.370,28 a mais. Os dados foram levantados pelo Metrópoles, com base em informações divulgadas no Portal da Transparência do STJ.

Entre os contratos descritos pela ferramenta do órgão, está o fornecimento anual de café torrado e moído por R$ 289.104, pago em 12 parcelas mensais – tempo de vigência do contrato. Neste ano, foram quitadas apenas as parcelas referentes ao primeiro quadrimestre.

O acordo foi firmado um ano antes, em 21 de maio de 2018. Entre as exigências do órgão, estava que a bebida tivesse acidez baixa ou moderada e amargor moderado.

Já um outro contrato prevê o fornecimento de 3 mil garrafas de 500 ml de água mineral natural com gás, uma média de 250 unidades por mês. O tribunal pagou R$ 21.990 pela aquisição. O contrato, que iniciou em fevereiro deste ano, se estende até 2020.

Uma compra semelhante, de água mineral sem gás em garrafão de 20 litros, saiu por R$ 396.446,40. A empresa de Taguatinga fornece por ano 57.960 unidades – uma média de mensal de 4.830. Cada unidade saiu por R$ 6,84. Iniciada neste ano, e com parcelas pagas mensalmente, a compra vai até abril do próximo ano.

Ainda no roll de compras de gêneros alimentícios do STJ, uma ata de registro de preços prevê o gasto de R$ 12.340 em açúcar cristal em pacotes de 2 kg.

Outro lado
Durante dois dias, a reportagem tentou contato com o STJ. Foram enviados questionamentos, como o que justificaria o aumento, quais são as principais despesas e como a instituição avalia esses gastos em tempos de contingenciamento. Em nota, a Corte disse apenas que divulga as compras regularmente.

“Todos os contratos realizados pelo STJ para aquisição de gêneros alimentícios – açúcar e café incluídos –  estão disponíveis no Portal da Transparência deste órgão”, resume o texto. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não quis comentar.

Polêmica com lagosta
No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) lançou um pregão eletrônico para “serviços de fornecimento de refeições institucionais”, com gasto estimado de R$ 1,1 milhão. O menu incluía desde a oferta de café da manhã, passando pelo “brunch”, almoço, jantar e coquetel.

Na lista, estão produtos para pratos como bobó de camarão, camarão à baiana e “medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada”. Além disso, seriam comprados vinhos tintos finos secos. A compra chegou a ser suspensa pela Justiça, mas a liminar foi cassada.