Alckmin: destituição de Tasso “não contribui para união do PSDB”

Um dos postulantes pela candidatura do PSDB à Presidência em 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reagiu à destituição do senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do partido pelo senador Aécio Neves (MG), presidente afastado da legenda, nesta quinta-feira.
“Eu não fui consultado. E se fosse, teria sido contra, porque não contribui para a união do partido”, afirma Alckmin, por meio de nota.
O nome do governador paulista é cogitado no partido como possível alternativa de consenso ou terceira via na disputa pelo comando tucano, até agora polarizada por Tasso e o governador de Goiás, Marconi Perillo, que tem o apoio de Aécio.
O senador mineiro está afastado da presidência do partido desde maio, quando foi atingido pela delação premiada do empresário Joesley Batista, que o gravou pedindo 2 milhões de reais para custear sua defesa na Lava Jato. Na ocasião, foi o próprio Aécio quem indicou Tasso Jereissati como presidente interino.
O ex-presidenciável, que até ser alvejado pelas delações da Odebrecht e da JBS era o principal adversário de Geraldo Alckmin dentro do PSDB, alega que a decisão tomada hoje pretende dar “isonomia” à disputa pela presidência da legenda. A candidatura de Tasso foi oficializada ontem.
Aécio Neves indicou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, vice-presidente mais velho do partido, como presidente interino até o dia 9 de dezembro, quando a convenção nacional do partido escolherá seu sucessor. Embora paulista, Goldman não faz parte do mesmo grupo político de Alckmin. O ex-governador é ligado ao senador José Serra.
Em entrevista coletiva em Brasília, nesta quinta, Aécio afirmou que é “incontestável” sua atuação pela unidade do partido e que a destituição do cearense foi “absolutamente legítima” e “necessária”. “O senador Tasso, diferentemente do que dizia anteriormente, e é legítimo esta sua nova decisão, ontem anunciou a sua candidatura à presidência do PSDB”, alfinetou Aécio Neves.
“Em havendo outro candidato, o atual governador Marconi Perillo, é natural que seja garantida a isonomia na disputa. Essa decisão é absolutamente normal, feita com absoluta serenidade, ouvindo vários setores do partido. Vamos garantir que essa disputa se dê em alto nível, discutindo aquilo que interessa efetivamente ao país”, completou.
(Adriana Spaca/Brazil Photo Press/LatinContent/Getty Images)