Árvores centenárias ameaçam público no centro de Porto Velho
Três árvores centenárias de Uxi Amarelo – Endopleura uchi, da família das humiriáceas – ameaçam a vida de moradores, veículos e população em geral na calçada de uma das mais movimentadas ruas do centro da capital na avenida Presidente Dutra, entre a rua Duque de Caxias e a avenida Carlos Gomes, próximo à concorrida agência central da Caixa Econômica e aos fundos da Casa de Cultura Ivan Marrocos.
Atacadas por cupins e rachaduras nos troncos as árvores causam preocupação aos moradores, especialmente porque já ocorreram quedas de pesados galhos podres, sintomas de um verdadeiro desastre anunciado. Os setores responsáveis da Prefeitura sabem disso. O Corpo de Bombeiros também. Mas as providências até hoje se limitaram à poda de uma delas, trabalho que deixou um pesado galho em situação absolutamente instável e perigosa, pelo apoio no tronco incapaz de sustentá-lo.
A situação das árvores foi analisada, a pedido dos moradores, pelo geógrafo e analista ambiental Emanuel Fulton Madeira Casara, para quem duas delas devem ser urgentemente removidas e a terceira submetida à poda radical pela ameaça que representam. Ele explicou que lamentavelmente não há salvação para as árvores centenárias, porque “plantadas em solo concrecionário (pedra jacaré) irreversivelmente endurecido, que dificulta o desenvolvimento radicular pivotante. Isso fragiliza a estabilidade e sustentação de suas frondosas copas, suscetíveis a temporais e vendavais”. Tradução: o desastre é irreversível.
É obviamente lamentável que testemunhas centenárias da história de Porto Velho tenham sua existência interrompida dessa forma, mas a própria infestação de cupins é sintomática comprovação do fim de seu ciclo de vida, demonstrado pela própria incapacidade de reação aos ataques e recuperação das rachaduras dos troncos. A esperança dos moradores é que sejam retiradas antes que alguma tragédia possa ocorrer.
Carlos Henrique Angelo é mineiro, de Juiz de Fora. Ainda no primeiro período do Curso de Comunicação Social da UFJF, começou como repórter nos Diários Associados – Diário da Tarde.
Trabalhou em BH, SP e Rio. Chegou a Porto Velho em julho de 1984 para uma reforma editorial e gráfica no jornal “O Estadão” e permaneceu como diretor de redação. Chefiou a Decom no governo Jerônimo Santana e presidente da Ceprord no governo Raupp.
Instalou a primeira redação informatizada da região norte no jornal Última Hora de Rondônia. Integra a diretoria do Sinjor como delegado federal junto à Fenaj.