Associação de padre Robson enriqueceu tendo prejuízo na compra e venda de terrenos, diz MP

22 de agosto de 2020 157

Da Época:

Apontado como líder de uma organização criminosa que desviava dinheiro doado por fiéis, o padre celebridade Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, é investigado pelo crime de lavagem de dinheiro em transações imobiliárias. De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP), as negociações eram realizadas por meio da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), entidade criada e presidida por Robson.

Um aspecto em especial chamou a atenção dos promotores: todas as compras e vendas sempre resultaram em prejuízo para a instituição criada pelo padre. O MP menciona, por exemplo, o caso de um terreno situado na cidade de Trindade, cidade onde está a Basílica do Pai Eterno – paróquia sob o comando de padre Robson que se tornou destino de romaria de peregrinos católicos, situada a 23 km de Goiânia.

Em 2010, a instituição criada por Padre Robson comprou o terreno de 3,2 mil metros quadrados que pertencia ao Governo do Estado de Goiás por R$ 485 mil. Quase uma década depois, em fevereiro de 2019, o terreno foi vendido à empresa KD Administradora de Bens pelo mesmo valor.

 

Corrigido pela inflação do período, o valor do imóvel estaria avaliado, no mínimo, em R$ 820 mil na data da transferência para a KD Administradora de Bens. O Ministério Público cita a negociação como  exemplo de uma operação de lavagem de dinheiro. De acordo com o MP, a KD Administradora de Bens negociou “dezenas de imóveis” com a Afipes que, em todos os casos, representaram “evidente prejuízo” para a entidade comandada por Padre Robson.