ATENÇÃO: Rio Madeira fica abaixo de 1 metro pela 1ª vez na história

6 de setembro de 2024 69

Hidrelétrica paralisou parcialmente as operações em razão da seca do rio

O rio Madeira atingiu a cota de 96 centímetros nesta quinta-feira (5) em Porto Velho, de acordo com o monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB). É a primeira vez, desde que começou a ser monitorado, que o rio fica abaixo de um metro.

A marca história acontece em uma data de discussões sobre a preservação da floresta e dos recursos hídricos: o Dia da Amazônia. Em uma situação de estiagem extrema, o Rio Madeira abriga 40% de todas as espécies de peixes da bacia amazônica — são mais de 1,2 mil. Em paralelo a isso, o estado bateu recordes de queimadas nos últimos meses.

 

O cenário é tão inédito que para continuar acompanhando os níveis do rio, o SGB vai precisar instalar uma nova régua de medição com marcação de cota até 0, tendo em vista que a atual régua não conta com um nível tão baixo.

O volume das águas do Madeira baixaram em uma velocidade alarmante. No dia 31 de julho ele estava em 2,45 metros, o que já era muito baixo para o período. Ou seja, em pouco mais de um mês, o nível do rio desceu quase 1,5 metro.

Desde julho de 2024, o Madeira vem batendo uma sequência de mínimas históricas. Nessa época do ano o rio deveria estar em cerca de 3,80 metros, ou seja: está quase três metros abaixo do esperado. Esses dados são do Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológica (SipamHidro).

Na quarta-feira (4), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou sobre a paralisação parcial das unidades geradoras de Santo Antônio em razão da seca extrema do rio Madeira. Das 50 turbinas, apenas 7 estão em funcionamento, ou seja: apenas 14% das turbinas estão trabalhando.

Segundo a Eletrobras, controladora da Hidrelétrica Santo Antônio, a manobra de paralisar as unidades geradoras localizadas na margem esquerda e no leito do rio permite manter a geração de energia concentrada no grupo Gerador 1, localizado na margem oposta. A empresa afirma que segue gerando energia para todas as regiões do país.

Rio Madeira

Origem e Importância: O Rio Madeira é um dos rios mais importantes da Amazônia, sendo um afluente do Rio Amazonas. Ele desempenha um papel crucial no ecossistema amazônico e na vida das comunidades que habitam suas margens. O rio tem sua origem na confluência dos rios Beni e Mamoré, na fronteira entre Brasil e Bolívia, e percorre cerca de 1.450 km em território brasileiro antes de desaguar no Rio Amazonas.

Histórico de Cheias: O Rio Madeira, como muitos rios amazônicos, possui um ciclo natural de cheias e vazantes. No entanto, em 2014, o rio experimentou uma cheia histórica que causou impactos significativos. Esta cheia foi considerada um desastre natural, afetando diversas comunidades ribeirinhas e áreas urbanas ao longo do rio. Os efeitos dessa cheia foram amplificados devido a fatores como o desmatamento e as mudanças no uso do solo na região.

Secas Recentes: Nos últimos anos, a Amazônia tem enfrentado secas severas que afetam diretamente o Rio Madeira. Em 2023, por exemplo, a região central da Amazônia experimentou uma das piores secas da história. Essa seca foi agravada pela crise climática global, pelo desmatamento contínuo e pelos incêndios florestais. A combinação desses fatores tem levado a uma redução significativa no nível das águas do Rio Madeira e de outros rios amazônicos.

Impactos Ambientais e Humanos: O Rio Madeira enfrenta diversos desafios ambientais que ameaçam sua saúde e a dos ecossistemas que dele dependem. A construção de hidrelétricas, a atividade de garimpo ilegal e a poluição têm causado impactos significativos no rio. Esses fatores contribuem para o que alguns especialistas chamam de "morte silenciosa" do Rio Madeira, afetando não apenas a biodiversidade, mas também as comunidades que dependem do rio para sua subsistência.

Ciclos Naturais e Mudanças Climáticas: É importante notar que secas e cheias são fenômenos naturais na Amazônia. A região é caracterizada por ciclos sazonais de chuvas e estiagens. No entanto, as mudanças climáticas globais estão alterando esses padrões, tornando os eventos extremos mais frequentes e intensos. Isso tem impacto direto no Rio Madeira e em toda a bacia amazônica.

Previsões para o Futuro: As previsões para o futuro do Rio Madeira e da região amazônica são preocupantes. Com a continuidade do desmatamento, o aumento das atividades de exploração de recursos e as mudanças climáticas globais, espera-se que os ciclos de secas e cheias se tornem mais extremos e imprevisíveis. Isso pode levar a impactos significativos na biodiversidade, na navegabilidade do rio e nas comunidades que dependem dele.

Necessidade de Ação: Diante desse cenário, há uma necessidade urgente de ações para proteger o Rio Madeira e a Amazônia como um todo. Isso inclui medidas para combater o desmatamento, regular as atividades econômicas na região, implementar práticas de manejo sustentável e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A preservação do Rio Madeira é crucial não apenas para a região amazônica, mas para o equilíbrio climático global.

Fonte: ALAN ALEX
PAINEL POLITICO (ALAN ALEX)

Alan Alex Benvindo de Carvalho, é jornalista brasileiro, atuou profissionalmente na Rádio Clube Cidade FM, Rede Rondovisão, Rede Record, TV Allamanda e SBT. Trabalhou como assessor de imprensa na SEDUC/RO foi reporte do Diário da Amazônia e Folha de Rondônia é atual editor do site www.painelpolitico.com. É escritor e roteirista de Programas de Rádio e Televisão. .