Calote Da Venezuela Pode Jogar Dívida De R$ 4,8 Bilhões No Colo Do Governo Brasileiro

10 de janeiro de 2018 416

O governo brasileiro ainda acredita que a Venezuela não dará um calote no BNDES, mesmo após terem piorado as relações diplomáticas entre os dois países. Na primeira semana de 2018, o Ministério da Fazenda não vê com preocupação a possibilidade de o Tesouro Nacional ter de arcar com até R$ 4,8 bilhões caso o governo do ditador Nicolás Maduro não honre os pagamentos e a União tenha de cumprir com seu papel de fiadora dos empréstimos junto a empreiteiras envolvidas na Lava Jato.( As informações são da Gazeta do Povo)

“A Venezuela declarou a intenção de regularizar sua situação junto aos credores brasileiros”, afirmou a Fazenda, em nota. Nos últimos dias de 2017, a Venezuela expulsou o embaixador brasileiro do país, ato que foi respondido com a expulsão do representante venezuelano no Brasil. Mesmo assim, o ministério afirma que seguem as tratativas para reaver os pagamentos.

Desde setembro, quando Maduro deixou de arcar com a dívida, foram iniciadas tratativas bilaterais e multilaterais para tentar regularizar os pagamentos. O Ministério da Fazenda informou que “não recebeu qualquer comunicação e/ou sinalização de mudança de posicionamento com relação à sua intenção (da Venezuela) de regularizar sua situação junto aos credores brasileiros”, mesmo após a piora das relações diplomáticas em 26 de dezembro de 2017.

O governo brasileiro afirmou que ainda não recebeu pedido dos credores (o BNDES e as empreiteiras) para que a União apresente a garantia, o que causaria um rombo de até R$ 4,8 bilhões nos cofres públicos. Esse é a parte garantida pela União do empréstimo em que consta como importador a Venezuela (US$ 1,5 bilhão), distribuída em parcelas até 2024.

“Na posição de garantidor, o governo brasileiro só pode negociar créditos com o devedor após o pagamento da indenização ao credor original. Este é o momento em que o governo passa a ser ‘dono’ do crédito. Nenhum pedido de indenização foi registrado até o momento pelos credores. Antes disso, a regularização de contratos financeiros deve ser feita diretamente com os credores originais, situação que envolve tanto exportadores quanto instituições financeiras”, afirmou a Fazenda na nota.