Cármen Lúcia dá sinais de afastamento do grupo lavajatista do STF

12 de fevereiro de 2021 192

Nomeada por Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia, renunciou à presidência da comissão que analisa mudanças no regimento da Corte.

Sua renúncia foi um forte sinal do afastamento da ministra da ala lavajatista da Corte, comandada desde sempre justamente por Luiz Fux, seu maior entusiasta. Integram também o grupo Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, que sempre têm se alinhado com uma aplicação mais dura de penas na esfera criminal, quase sempre endossando atos da Operação Lava Jato.

Cármen Lúcia já deu outro sinal nesta semana, ao votar a favor da autorização da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acessar o conteúdo de mensagens de Sergio Moro com procuradores da Lava Jato.

Seu voto foi considerado um dos mais eloquentes, ao afirmar que “a polícia tem acesso a dados, o Ministério Público tem acesso a dados, o juiz tem acesso aos dados e a defesa não tem acesso aos dados? Mas isso não é direito fundamental assegurado?”.

 

A justificativa dada pela ministra para se afastar da comissão soou ainda mais estranha. Ela afirmou que estava também na Comissão de Veneza, que discute questões constitucionais no âmbito da Europa.

A Comissão de Veneza, no entanto, se reúne apenas quatro vezes por ano.

A ministra será substituída na comissão por Alexandre de Moraes.

Com informações da coluna de Mônica Bergamo