Chapas competitivas e o cavalo de tróia
Precisa funcionar
Aplaudida por pessoas que sofrem diariamente o drama de conviver com o crime organizado, a matança promovida no Rio de Janeiro com o passivo de 121 mortos não pode ser aceita como procedimento correto. Primeiro porque a matança generalizada não é uma política de segurança pública prevista em lei. Dentre outros defeitos, a ação de liquidar suspeitos em massa pode encobrir a matança impune de adversários ou concorrentes.
De qualquer forma, o apoio à execução coletiva, levando de roldão culpados e quem nunca chegou a ser suspeito de algum crime, além de quatro policiais mortos, é revelador das deficiências das políticas de segurança. Revela a incapacidade das matanças anteriores de dar qualquer solução aos problemas. Acredita-se que a partir da Lei Antifacções possa haver medidas fortes de acordo com a lei, sem dar margem à criminalização das autoridades que autorizam ações ilegais de combate ao crime.
A matança, aliás, produz resultados insuficientes. Há pouco, uma conferência de dados apontou que a expulsão de garimpeiros da Terra Indígena Sararé sem banho de sangue causou perdas ao Comando Vermelho dez vezes maiores que as estimadas pela ação letal nos bairros do Rio de Janeiro. Juntando as informações, parece claro que as ações realmente recomendáveis e eficientes são combater as causas na pobreza nos grandes centros e ampliar as ações contra o riquíssimo crime organizado na floresta.
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Em discussão
A concessão da Hidrovia do Madeira, conectando com transporte de cargas Rondônia com o Amazonas será debatido em audiência pública nesta terça-feira na Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional na Câmara dos Deputados, a pedido dos parlamentares Thiago Flores e Silvia Cristina (PP). Os produtores de cereais e pecuaristas avaliam que a criação da hidrovia dará mais segurança ao transporte de cargas que sofre prejuízos durante a seca com grande redução no volume de produtos agropecuários para o exterior. Mas a exemplo da BR-364, com certeza a concessão da hidrovia terá pedágios, o que vai encarecer o custo das cargas exportadas.
Chapas competitivas
As chapas mais competitivas a Câmaras dos Deputados em Rondônia, na disputa de oito cadeiras, vão se formando, largando na Frente o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, comandado em Rondônia, pelo senador Marcos Rogério, pelo União Brasil, liderado pelo governador Marcos Rocha e seu vice-governador Sergio Gonçalves e o Podemos, sob a liderança e articulação do prefeito de Porto Velho Leo Moraes. São cotados para a disputa da Câmara Federal pelo Podemos, o pastor Sebastião Valadares, o secretário municipal da saúde Gazola e a juíza Euma Tourinho, entre outros nomes já recrutados pelo alcaide da capital.
As dificuldades
Na verdade, existe uma enorme dificuldade para recrutar candidatos à Câmara dos Deputados para as eleições do ano que vem. Para a Assembleia Legislativa, se fosse possível até haveria até sorteio de brindes. As lideranças políticas do baixo clero estão escaldadas, sendo usadas como OB pelos partidos e descartadas, fazendo escada para os medalhões se elegerem. Estão se busca partidos com nominatas mais equilibradas para buscar sucesso na empreitada. Os partidos com mais recursos rateados pelo fundão eleitoral, como PL, União Brasil, PT, MDB, PSD e PP, levam vantagem no recrutamento já que possuem mais recursos para a peleja 2026.
Os aeroportos
A concessionaria do aeroporto de Guarulhos venceu a licitação para administrar os aeroportos de Vilhena e Cacoal. Ninguém se interessou pelo recém construído aeroporto regional do Vale do Jamari em Ariquemes, já que não tem voos estaduais da Latam, Gol e Azul. Não existe duvidas que em termos de infraestrutura Vilhena e Cacoal terão ganhos, o problema será a cobrança de tarifas, que com as privatizações aumentam consideravelmente. Se vê que tudo está sendo privatizado por aqui, rodovias, hidrovias e aeroportos. Pobres rondonienses com tantos presentes de grego.
A guilhotina
Dois importantes governadores da região amazônica estão ameaçados pela guilhotina da justiça e com julgamentos marcados em dezembro. Trata-se do governador Gladson Cameli, do Acre, que inclusive lidera as pesquisas ao Senado naquele estado e Antônio Denarium, já cassado, mas que recorreu e terá mais um julgamento definitivo. Denarium também concorre ao Senado, mas dificilmente conseguirá se manter elegível para as eleições do ano que vem. Os demais governadores da região também disputam cadeiras ao Senado, casos de Marcos Rocha em Rondônia e Helder Barbalho, no Pará.
O cavalo de tróia
O deputado federal Lucio Mosquini eleito pelo MDB, que espera a janela partidária para pular ao PL ou ao União Brasil, acabou desistindo de disputar o governo estadual ou mesmo uma cadeira ao Senado. Mosquini que foi um verdadeiro cavalo de Tróia do ex-presidente Bolsonaro, no MDB, foi escorraçado do comando da sigla emedebista. Um dos federais mais votados das eleições de 2022, não terá obstáculos para garantir a reeleição, desde que escolha uma sigla palatável para suas ambições. Mosquini tem convite dos Republicanos e dos Progressistas, buscando legendas mais conservadoras.
Via Direta
*** Os tucanos de Rondônia seguem patinando na formação de chapas competitivas a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. O que se sabe é que o PSDB não tem atrativos, mas se o ex-prefeito Hildon Chaves disputar uma cadeira a Câmara Federal, outros nomes poderão se interessar já que se projeta uma grande votação ao ex-alcaide *** O partido denominado Missão, recém legalizado e originado pelo Movimento Brasil Livre está lançando o paulista Renan Santos como seu candidato a Presidência da República*** Com menos recursos, os pequenos partidos vão se descabelar na luta contra as legendas mais poderosas em 2026. Uma luta desigual.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br