Clima sem vacina + Porto Velho é um mau exemplo + Páscoa amarga

15 de março de 2021 232

Clima sem vacina

O que diferencia os sobreviventes dos que não resistiram às tragédias é a capacidade de se adaptar às circunstâncias.  O cientista social Luke Parry, da universidade britânica de Lancaster, atualmente mergulhado em pesquisas sobre impactos da degradação ambiental e rigores climáticos na Amazônia, observou em suas pesquisas que a população local adaptou seu estilo de vida para lidar com as mudanças climáticas, mas até a adaptação tem limites.

Com pesquisadores brasileiros da Fiocruz ele publicou recentemente um estudo que liga as chuvas extremas ao peso mais baixo dos recém-nascidos na região. A pesquisa demonstra, com base nesses reflexos assustadores, que “a extensão do aumento dos níveis dos rios e das chuvas já excedeu as capacidades adaptativas das pessoas”.

Como a Covid, que mesmo curada deixa sequelas para infernizar a vida futura do paciente, nascer abaixo do peso é a infeliz promessa de um futuro de vulnerabilidades. É também desastroso, segundo o estudo, publicado pela revista científica Nature Sustainability, que mesmo chuvas intensas não-extremas levam à chance 40% maior de uma criança nascer abaixo do peso. Para a Covid-19 já existem vacinas, até para variedades e novas cepas, mas não há vacinação possível contra os rigores do clima, a não ser combater suas causas e os riscos de piorar.

...................................................................

Um exemplo

O recente lockdow desenvolvido pelas autoridades sanitárias no município de Araraquara, no interior de São Paulo é um exemplo a ser seguido por todo País, principalmente por Rondônia onde a maioria das municipalidades não tem atuado com a devida seriedade no combate a pandemia. Lá, depois de 15 dias de fechamento de tudo, os resultados apareceram com a diminuição de internamentos, de infectados e de mortes. A união política também funciona, todos se unindo pela mesma causa.

Mal exemplo

Já, Porto Velho, é um mau exemplo na condução sanitária, tanto pelo governo do estado como pela prefeitura local. A falta de união política entre as esferas estaduais e municipais, de uma fiscalização mais rigorosa para evitar as aglomerações, afundaram a capital rondoniense. Hospitais e cemitérios superlotados e a situação se agravando cada vez mais. A compra de vacinas pelo município é uma tentativa e frear a lamentável situação, no entanto até chegarem – fala-se em pelo menos 30 dias – o Tonhão já não terá mais valas para acomodar tantos defuntos.

O despovoamento

Embora Porto Velho e alguns municípios rondonienses tenham conquistado bons índices de crescimento populacional nos últimos anos, Rondônia sofre um processo de despovoamento em várias regiões do estado desde a década passada. O IBGE vai constatar, no censo deste ano, a triste realidade, com a própria capital rondoniense reduzindo seus números demográficos. Por aqui, existe um exagerado volume de venda de imóveis de famílias se transferindo para outros estados e uma nova revoada para os Estados Unidos mesmo com o boato (puro fake) de que as fronteiras daquele estão abertas para os imigrantes.

Novos rumos

Poucos deputados federais de Rondônia devem manter o projeto de reeleição no ano que vem. Senão vejamos: Leo Moraes (Podemos) vai arriscar uma cadeira ao Senado. O mesmo projeto é confirmado pela deputada federal Jaqueline Cassol (PP), Mariana Carvalho (PSDB) é cogitada para ser vice na chapa de Marcos Rogério ao governo do estado. Lucio Mosquini insiste com o projeto de ser governador pelo MDB. Sobram para a reeleição apenas a metade da bancada, Expedito Neto (PSD), Chrisóstomo (PSL), Mauro Nazif (PSB) e Silvia Cristina (PDT).

Páscoa amarga

Com a pandemia estraçalhando a vida dos brasileiros, teremos na pascoa do coronavirus, a mais amarga da história. As primeiras levas de ovos de chocolate chegando em Porto Velho - com os supermercados reduzindo a oferta do produto nesta temporada – já desembarcam com preços salgados para os consumidores. Muita gente, atendendo aos reclamos da criançada, já está se socorrendo com a fabricação de ovos caseiros para economizar. Tempo não faltará com as restrições impostas para o isolamento social.

Via Direta

 

*** Com enviados especiais, o SGC acompanhou os atoleiros da rodovia 319 que neste inverno amazônico foi atingido pelos rigores do inverno amazônico *** Na semana passada, o deputado coronel Menezes (PSL-AM) liderou expedição na estrada Manaus-Porto Velho, constatando a lamentável situação da rodovia, onde nem tatu com chuteira consegue andar *** O governador Gladson Cameli (Progressistas) implantou lockdow completo no vizinho estado do Acre, que também sofre com enchentes, dengue e a crise migratória com a revoada de haitianos pelo Peru em direção aos EUA ***Além dos haitianos, imigrantes africanos de passagem por Rondônia nos últimos anos acompanham a jornada.

Fonte: CARLOS SPERANÇA
POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)

Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br