Comandante dos EUA pede cautela perante aproximação da Coreia do Norte

4 de janeiro de 2018 469

O comandante das tropas dos Estados Unidos na Coreia do Sul, o general Vincent Brooks, pediu cautela nesta quinta-feira perante os últimos gestos de aproximação de Pyongyang, embora tenha se mostrado "contente" pelos recentes avanços para diminuir a tensão.

"Podemos estar contentes em termos gerais a respeito dos últimos eventos. Mas devemos manter nossas expectativas dentro de um nível apropriado", afirmou Brooks durante uma entrevista coletiva hoje em Seul.

Suas palavras chegam depois que Pyongyang decidiu reabrir na quarta-feira, após tê-la mantido inutilizada durante dois anos, a linha telefônica que mantém com Seul - a única via de comunicação entre ambos países - por conta da mensagem conciliatória de Ano Novo do líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Brooks considerou, em declarações à agência "Yonhap", que o gesto de Pyongyang pode mostrar um desejo "sincero" de reconciliação, mas que também pode fazer parte de sua repetida estratégia de tentar dividir as outras cinco nações que participam nas conversas para desnuclearizar o regime.

Além das duas Coreias, nas chamadas negociações de seis partes - suspensas desde 2007 - participam Japão, Rússia, China e EUA.

Segundo Brooks, que comanda o contingente de 28.500 homens que os EUA mantêm na Coreia do Sul, "não se pode negar a possibilidade" de que Pyongyang possa estar explorando esta segunda opção para conseguir ser finalmente reconhecida como "um estado com capacidade nuclear".

Vários especialistas concordam em apontar que a Coreia do Norte poderia estar repetindo a mencionada estratégia, continuando a pauta das mensagens conciliatórias de Ano Novo de Kim, que se repetiram nos últimos anos sem que finalmente tenha havido uma aproximação.

Por sua parte, Seul respondeu ao gesto de Pyongyang, com quem tecnicamente se mantém em guerra há mais de 65 anos, com uma proposta de conversas de alto nível em 9 de janeiro para tratar da possível participação do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno que serão realizados em fevereiro no condado sul-coreano de PyeongChang.

No entanto, o regime norte-coreano ainda não se pronunciou a este respeito.