Começam no Peru grandes manifestações contra o indulto a Fujimori

29 de dezembro de 2017 465

Milhares de pessoas começaram nesta quinta-feira a se manifestar de maneira simultânea nas principais cidades do Peru para protestar contra o indulto concedido pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski a Alberto Fujimori, que lhe exime de uma condenação por crimes contra a humanidade.

Sob a lema o "indulto é um insulto", as passeatas têm o objetivo de expressar a indignação de grande parte da população peruana com a decisão tomada por Kuczynski no dia 24 de dezembro, quando Fujimori ainda faltava completar mais da metade da sua pena de 25 anos de prisão.

Os manifestantes pedem a anulação do indulto para que Fujimori cumpra integralmente a condenação emitida em 2009 como autor mediato (com domínio do fato) do assassinato de 25 pessoas nos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), realizados pelo grupo militar secreto Colina, além do sequestro de um empresário e um jornalista em 1992.

Os manifestantes denunciam que o indulto é um pacto político entre Kuczynski e Fujimori para que o primeiro possa continuar governando em troca da liberdade do segundo.

A maior manifestação acontece na capital Lima, mas também há grandes mobilizações em outras cidades do interior como Chiclayo e Piura, Huancayo, Cuzco, Ayacucho, Arequipa e Puno, e também em Iquitos.

Em cada uma foi lembrado não só os massacres e sequestros pelos quais Fujimori foi condenado, mas também a grande trama de corrupção que criou com seu assessor Vladimiro Montesinos, o "autogolpe" de Estado que deu em 1992 e a compra de congressistas e da linha editorial de veículos de imprensa, além da esterilização forçada de milhares de mulheres.

Por sua vez, um pequeno grupo de simpatizantes de Fujimori se concentrou nas imediações da clínica onde o ex-presidente permanece hospitalizado enquanto se recupera de problemas cardíacos.