Decisão de Toffoli pode comprometer andamento do caso Queiroz

19 de novembro de 2019 238

Jornal GGN – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, decidiu revogar a ordem que lhe permitiu acessar relatórios do antigo Coaf, em uma medida que busca colocar panos quentes entre juristas, parlamentares e procuradores.

Segundo a colunista Daniela Lima, do jornal Folha de São Paulo, a medida também evitaria de colegas da corte – o plenário vai debater nesta semana sobre o compartilhamento dos dados com investigadores sem autorização prévia.

O julgamento sobre o compartilhamento das informações pode comprometer o andamento da principal investigação contra a família do presidente Jair Bolsonaro, como aponta o jornal Folha de São Paulo: em julho, a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pediu a suspensão de investigações criminais que envolvem dados bancários fornecidos por órgãos de controle sem autorização da Justiça.

Neste caso, a apuração era sobre o senador e o ex-policial Fabrício Queiroz, e é a que está em um patamar mais avançado: a Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra de sigilo fiscal e bancário de 103 pessoas físicas e jurídicas, e também determinou que a Receita Federal envie notas fiscais emitidas em nome de Flávio, Queiroz e alguns parentes.

O andamento mais acelerado de tal investigação tem origem no relatório do antigo Coaf (rebatizado como UIF – Unidade de Inteligência Financeira), que apontou uma movimentação detalhada de R$ 1,2 milhão por parte de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, apontando data, agência bancária e os horários de saques e depósitos realizados nas contas do ex-policial.

Outros relatórios foram elaborados para direcionar a investigação, sendo quatro a pedido da Promotoria, sendo que um dos documentos apontava hora e data de 48 depósitos no valor de R$ 2 mil na conta de Flávio entre junho e julho de 2017.

 

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) também é alvo de promotores, uma vez que uma pessoa ligada a Queiroz trabalhou em seu gabinete: Márcio Gerbatim, ex-marido da mulher do policial militar aposentado. Se a investigação avançar e confirmar a vinculação ao ex-assessor de Flávio Bolsonaro, a apuração pode voltar ao gabinete do senador.