“Deus me fez travesti. Aceitem que dói menos”, diz ativista após peça ‘Jesus Rainha do Céu’

30 de julho de 2018 852

Uma decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) garantiu a encenação da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu no Festival Internacional da Garanhuns (FIG) na última sexta-feira, 27 de julho. No entanto, as agressões à fé cristã não se restringiram ao teatro protagonizado pelo travesti Renata Carvalho.

A peça foi encenada após o Ministério Público de Pernambuco mover ação pedindo uma liminar ao TJPE. O desembargador Silvio Neves Baptista Filho atendeu ao pedido alegando que a proibição viola a “atividade artística prevista no art.5º, inc.IX, da Carta Magna”, já que, na visão do magistrado, a “peça tem caráter ficcional e objetiva fomentar o debate sobre os transgêneros sem ultrajar a fé cristã”.

Com uma multa de R$ 50 mil prevista na liminar, a peça que mostra Jesus como um travesti vivendo no mundo contemporâneo foi encenada. Na sequência, o cantor Johnny Hooker subiu ao palco, e reagindo às ações que tentaram impedir a encenação da peça, entoou coros provocativos, dizendo que Jesus seria homossexual, segundo informações do portal Folha PE.

A reação de parte do público foi de reprovação, mas também houve aplausos às declarações de Hooker, que se juntou ao time de artistas que se manifestaram de forma contundente contra os cristãos que criticaram a peça, como as cantoras Daniela Mercury e Gabi Amarantos.

No dia seguinte, sábado (28), o grupo Nova Cena Pernambucana exibiu cartazes com os dizeres “Lula Livre”, “Marielle Vive” e “Amorxs Trans”. Momentos antes do show dos artistas locais, um modelo subiu ao palco com uma camiseta com os dizeres “Deus me fez travesti” e fez provocações ao público conservador: “Aceitem que dói menos”.