E aí, acordar cedo, então, só se for em estado letárgico, catatônico, típico da lobotomia forçada imposta pela insônia.

1 de junho de 2020 512

Realmente é muito difícil não se preocupar com as grandes questões de ordem nacional; por outro lado, penso humildemente, se nos atentássemos à microrregião, por exemplo, perceberíamos que as rédeas já escaparam das mãos há muito tempo.

Um arquétipo mínimo do caos, para se ter ideia, é o posto de gasolina fixado na Av. Pinheiro Machado com Ananias Ferreira de Andrade.

Lá rola carro com som alto direto. E quando digo alto, é alto pra cacete! É possível escutar a quarteirões de distância. Próximo dali há um Lar de Idosos, inúmeras residências.

Quem quer trabalhar que se dane, oras! Quem quer dormir que se lasque. A vez é do ébrio cheio de si, é hora do carrão brilhar com alto-falantes possantes fazendo serenata infernal e intermitente a quem sequer pediu, uma violação completa de direitos enquanto autoridades fazem ouvidos moucos a respeito sabe-se lá por quê.

E aí, acordar cedo, então, só se for em estado letárgico, catatônico, típico da lobotomia forçada imposta pela insônia.

E estou falando de um período de pandemia, onde ainda vigora Decreto de Calamidade Pública tanto no Município de Porto Velho quanto no Estado de Rondônia, logo com imposições de ordem legal bastante específicas quanto à vedação de aglomerações, isto tudo sem contar a legislação pátria sobre poluição sonora.

Essas coisas são tão escrachadas que parecem surreais. Até para fazer uma festa nos dias de hoje a clandestinidade impera, os convites se desdobram na surdina, enfim, é tudo travado com descuido, sim, mas sempre com aquele quê de "estou fazendo algo errado, posso ser punido por isso...".

Agora, cidadãos colocarem -- com anuência do posto --, a música no talo tarde da noite enquanto enchem o rabo de cachaça numa região bastante acessada da cidade, até porque dá vazão à Zona Leste em profusão, é praticamente cuspir não só nas pessoas que moram perto, mas também no Ministério Público (MP/RO), nas policias de modo geral, no prefeito Hildon Chaves e no governador Marcos Rocha.

Voltamos ao faroeste? Aliás, faroeste com playboy ainda por cima? Aí é intragável...

Eu acho que ainda existe lei por aqui. Espero, pelo menos.

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Observação: atualizei com vídeo gravado por morador da região. Aliás, de frente ao posto. Segundo ele, é essa zona aí a noite toda. Não há respeito nem às pessoas nem à lei.

Pergunto: vai ficar por isso mesmo?

O ESPECTADOR - POR VINICIUS CANOVA

JORNALISTA COLABORADOR DO WWW.QUENOTICIAS.COM.BR