Eleições

Penso que seja útil salientar a página da Folha de São Paulo "Eleições 2018", de domingo 9/9, onde jornalistas apresentam idéias relevantes sobre o assunto. "A ironia", de Jânio de Freitas, nos faz supor que, se já estivesse em vigor a proposta do presidenciável Bolsonaro de liberar o uso de armas de fogo, o atentado contra ele teria sido feito por um revólver e não por faca, com uma conseqüência bem pior. Quem exerce ou almeja um cargo público não deveria, em hipótese alguma, apelar pela violência. O "Nós contra Eles" é profundamente anti-humano, além de ser antidemocrático. O amor e não o ódio tem que reger as relações entre classes sociais.
"Erramos", de Renato Terra: "É hora de esvaziar os debates moralistas e inflar as propostas pragmáticas...Hora de o histrionismo verde e amarelo e da histeria vermelha decantarem um pouco". Chega de cultivarmos um binarismo estúpido e inconsequente, fundamentado na oposição entre capitalismo e comunismo. Direita e esquerda são conceitos superados: não existe trabalho sem capital, nem capital sem trabalho. Sem meritocracia nunca haverá justiça social. Qualquer ideologia, política ou religiosa, só atrapalha a vida em sociedade por criar ilusões fora da realidade existencial. Não precisamos de partidos, mas apenas de bons administradores do dinheiro público, a ser utilizado exclusivamente para melhorar educação, saúde, transporte coletivo, segurança pública. Pensemos nisso nas próximas eleições, elegendo gente honesta e competente para vereador, deputado ou senador. É o poder legislativo que deve governar uma democracia.
"Voto de cabresto" (Glossário): quando um eleitor vota a mando de um chefe político ou cabo eleitoral. A origem do termo vem da palavra cabresto, que é um arreio de corda ou couro usado para prender um animal ou para conduzir sua marcha. Daí surgiu a analogia com pessoas, principalmente no interior do país, que são conduzidas por um chefe ou um político poderoso para votar em seus candidatos. Visto que não somos ovelhas que precisem de um pastor, não estaria na hora de acabarmos com este tipo de voto, que é a causa primordial da desgraça de nossa Nação? Especialmente a massa popular mais necessitada e desinformada deveria ser convencida de que lhe custa muito caro dar seu voto em troca de um benefício qualquer, porque estará sendo cúmplice da corrupção política que desvia o dinheiro de nossos impostos. Pensemos mais no bem público no que em efêmeros interesses particulares!
Salvatore D' Onofrio
Dr. pela USP e Professor Titular pela UNESP
Autor do Dicionário de Cultura Básica (Publit)
Literatura Ocidental e Forma e Sentido do Texto Literário (Ática)
Pensar é preciso e Pesquisando (Editorama)
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