Eleitor de Rondônia busca candidato que não seja demagogo e esteja disposto a extirpar regalias e penduricalhos
"O segredo do demagogo
é de se fazer passar
por tão estúpido
quanto a sua plateia,
para que esta imagine
ser tão esperta quanto ele" - Karl Kraus
Porto Velho, RO – Está entalado na voz da sociedade rondoniense um grito que ecoará nas urnas, especialmente no dia 07 de outubro, data marcada para a realização do primeiro turno e onde ficará pelo caminho a grande maioria dos candidatos.
Se a consciência e o bom senso do eleitor ditarem mesmo o tom das coisas – e é o que nos diz o panorama até aqui – muitos desses postulantes derrotados serão levados à lona por conta de uma mesmice cíclica: a verborragia publicitária, frases feitas e a postura estritamente demagógica.
Alguns dos que estão tentando se reeleger já comprovaram o vácuo existencial na vida pública; outros, através do histórico em diversas searas de atuação, também demonstraram cabalmente sem esforço algum a inutilidade corpórea de suas figuras sem predicados.
O assunto combate à corrupção ainda está em voga, claro, mas as necessidades do povo hoje são muito maiores.
“Eu sou honesto, nunca roubei!”
Os cidadãos – finalmente – começaram a perceber que essa balela não é qualidade a ser exaltada; sequer deveria ser mencionada, tanto por terceiros alheios quanto, e principalmente, em forma de autoelogio, pelo amor de Deus!
Esse tipo de coisa precisa acabar
Um exemplo claro disso é Valter Araújo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALE/RO) que, além de todos os crimes que cometeu, ainda foi responsável por autorizar e assinar a criação do obsceno auxílio-moradia para deputados já no valor de R$ 3 mil mensais; anos depois, a quantia do benefício aumentaria em mais R$ 2 mil, totalizando cinco paus de penduricalho.
Outro ainda mais latente – e recente – foi quando o Poder tentou jogar o auxílio-alimentação para R$ 6 mil, sem a obrigação de comprovar a origem dos gastos. A coisa só não foi adiante porque o povo não quis nem saber e partiu para o enfrentamento batendo de frente com a aberração financeira tencionada.
Isso, então, nem se fala!
E se um ou outro membro não quis receber, lindo, maravilhoso, mas não o suficiente. O momento agora é de botar a boca no trombone, ter coragem, decência e se posicionar publicamente contra essa patologia nababesca e viral.
Rondônia precisa de candidatos que se disponham a guerrear, quando necessário, até mesmo com os colegas de parlamento, até porque o compadrio chega a ser doentio: cada um por si.
“Eu faço minha parte, eu não uso dinheiro disso, eu não uso dinheiro daquilo”.
Pouco importa.
Economizar essas vantagens imorais não faz de quem quer que seja um ser humano excepcional, muito pelo contrário: apenas exorta a covardia intrínseca à personalidade demagoga dos que não querem se comprometer com absolutamente nada.
Chega de papo furado!
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VISÃO PERIFÉRICA
POR: VINICIUS CANOVA