Especialista em sexualidade fala sobre abuso e exploração sexual infantil

17 de maio de 2019 732

Em entrevista à Rádio CBN, a médica especialista em sexualidade Lilian Macri comentou um relatório mundial que colocou o Brasil como o 11º país no ranking de abuso e exploração sexual infantil.

– Hoje a gente está levando esse assunto para a pauta, estamos fazendo os pais, as famílias e as escolas repensarem a abordagem do fato e de como a gente pode proteger esses adolescentes e essas crianças – disse.

Segundo a médica, a sexualidade ainda é um tabu muito grande, mas estamos progredindo, já que as famílias começaram a entender que é necessário conversar com as crianças e adolescentes.

– Falar de educação e sexualidade não é erotizar crianças, muito pelo contrário, é ajudar a proteger essa criança e torná-la um ser humano mais forte, mais capaz de perceber quando o abuso está acontecendo – explicou.

Foto: Reprodução

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Ainda segundo Lilian, a escola precisa trabalhar de forma ativa e ética, com profissionais preparados, principalmente, para abrir um espaço de diálogo e fazer com que essas crianças relatem o que está acontecendo e denunciar qualquer tipo de abuso.

– A gente tem uma outra estatística terrível, a maioria dos abusadores são homens e a maioria desses homens estão dentro de casa, na figura dos pais e dos padrastos – lamentou.

Um outro ponto definido como importante pela especialista é que falar de sexualidade não é falar do ato sexual, pois, segundo ela, essa é uma questão que vem sendo utilizada de forma muito inadequada.

– Inclusive, a gente tem estudos da Unesco que quando você ensina toda essa construção de valores e de limites éticos para essa criança durante a infância o adolescente, inclusive, retarda o início da vida sexual – afirmou.

Lilian relatou também que está lançando um livro intitulado “Mamãe, o que é sexo?” com o objetivo de auxiliar famílias e educadores para entender o que realmente é a sexualidade infantil e o que podemos fazer no dia a dia.

– A gente vai falando de uma forma leve, de uma forma de construção mesmo, a respeito do papel da escola, a respeito de identidade de gênero, a respeito de orientação afetiva e sexual, são assuntos que ainda estão muito envoltos em fake news e tabus – finalizou.

*As informações foram veiculadas na Rádio CBN