EUA detêm ex-fuzileiro naval que planejava atentado em nome do EI no Natal
Agentes do FBI, a polícia federal investigativa dos Estados Unidos, detiveram nesta sexta-feira um ex-fuzileiro naval americano que pretendia realizar um atentado no dia de Natal em um local turístico movimentado da cidade de San Francisco, na Califórnia, em nome do Estado Islâmico (EI).
Everitt Aaron Jameson, de 26 anos, chamou a atenção das autoridades americanas no fim de setembro por causa de suas publicações nas redes sociais em apoio aos jihadistas, de acordo com os documentos apresentados hoje pelo FBI.
Em uma delas, por exemplo, Jameson comemorou no Facebook o ataque que resultou em oito mortes no dia 31 de outubro em Manhattan (Nova York), cometido por um homem que também disse ter agido em nome do EI.
Foi um informante habitual do FBI que denunciou às autoridades a atividade cibernética suspeita de Jameson.
No início de dezembro, um agente encoberto do FBI se apresentou como um integrante do EI e entrou em contato com Jameson.
O ex-fuzileiro se ofereceu para fazer "qualquer coisa" em nome do EI, e colocou ênfase em sua experiência militar no "exército dos infiéis" para realizar um atentado.
Segundo o FBI, com esse termo Jameson se referia à sua experiência no corpo de fuzileiros navais dos EUA em 2009, do qual foi expulso por "alistamento fraudulento" ao mentir sobre uma doença da qual sofre, a asma.
Durante o tempo em que passou na corporação, Jameson se destacou por sua habilidade como franco-atirador.
Ao ser perguntado pelo agente encoberto sobre algum plano específico, Jameson propôs um atentado no turístico Pier 39 de San Francisco no dia de Natal.
Jameson sugeriu um ataque combinado com explosivos e armas de fogo, pediu ao agente encoberto um fuzil e material para confeccionar os explosivos, e lhe disse que estava "pronto para morrer".
Seu plano era fabricar os explosivos em uma área afastada e depois armazená-los em sua casa, em Modesto (Califórnia).
No dia 18 de dezembro, o ex-militar fez contato com o agente encoberto e lhe disse que já não acreditava ser capaz de realizar o ataque planejado. Em seguida, o FBI decidiu solicitar uma ordem para fazer buscas na casa de Jameson e obter mais informações.
Na residência do ex-fuzileiro foi encontrada uma carta com diversas referências islâmicas assumindo a autoria de alguns atos, bem como um documento de sua última vontade e testamento, além de várias armas e algumas munições.
Durante a revista, os agentes detiveram Jameson, que admitiu apoiar o EI e manifestou sua vontade de realizar um ataque.
Em um comunicado do Departamento de Justiça, o procurador-geral Jeff Sessions disse hoje que os agentes do FBI "ajudaram mais uma vez a frustrar um suposto complô para assassinar cidadãos americanos".