Ex-presidente do STJ é acusado de receber R$ 2,6 milhões de esquema no Sistema S

9 de setembro de 2020 104

A denúncia da Lava-Jato contra escritórios de advocacia nesta quarta também afirma que o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça César Asfor Rocha foi contratado pela quadrilha instalada no Sistema S do Rio de Janeiro a pretexto de influir em atos praticados por ministros da Corte — da qual fez parte até 2012.

 

O trecho da denúncia que narra a “exploração de prestígio, peculato e lavagem de dinheiro, com pagamentos por interposta pessoa” para Cesar Asfor Rocha e Caio Cesar Vieira Rocha, filho do ex-ministro do STJ, diz que entre novembro de 2015 e maio de 2016 Sergio Cabral e Adriana Ancelmo “solicitaram e obtiveram” de Orlando Diniz “a contratação de Francisco César Asfor Rocha e Caio Cesar Vieira Rocha pela quantia de R$ 2.679.417,50 a pretexto de influir em atos praticados por ministros do Superior Tribunal de Justiça”.

A contratação do ex-presidente do STJ teria sido intermediada, entre outros, pelo filho do atual presidente da Corte, Humberto Martins — o advogado Eduardo Martins.

 

Segundo a Lava-Jato, “conforme restou provado, SÉRGIO CABRAL e ADRIANA ANCELMO indicaram para ORLANDO DINIZ a contratação de FRANCISCO CESAR ASFOR ROCHA e CAIO CESAR VIEIRA ROCHA sob o pretexto de influir em julgamentos de Ministros do STJ.  Para remuneração de ASFOR ROCHA, a Fecomércio/RJ fez pagamentos para FERREIRA LEÃO ADVOGADOS e ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA MARTINS por serviços não prestados, tendo esses escritórios, em seguida, feito transferências bancárias e compensado cheques em favor de CESAR ASFOR ROCHA SOCIEDADE DE ADVOGADOS e ROCHA, MARINHO E SALES SOCIEDADE DE ADVOGADOS”. (…)