EXCLUSIVO Em diário, Monique diz que sempre desejou Henry e o amava
Rio - Na busca de traçar um perfil de mãe amorosa à opinião pública, a defesa de Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, 4 anos, analisa um diário que teria sido escrito pela professora nos dias que se seguiram à morte do filho, ocorrida na madrugada dia 8 de março. Para a polícia, Monique sabia das agressões que a criança sofria com frequência de Jairo Souza, o Dr. Jairinho. Ambos estão presos acusados de homicídio, resultado das 23 lesões que a criança sofreu dentro do apartamento do casal, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
O DIA apurou que nas páginas do diário, entregue pelos pais de Monique aos advogados, ela relata que a gravidez de Henry foi desejada, um momento de grande alegria. A afirmação é rebatida pelo pai da Henry, Leniel Borel, que por diversas vezes já disse que Monique levou um susto ao saber que estava grávida, inclusive chegou a lamentar mudanças no seu corpo, já que havia feito uma lipoaspiração, na época.

A professora Monique Medeiros está internada com covid-19, informou a SeapReprodução/Instagram
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Entre os escritos, de cerca de 50 páginas, ela também se diz vítima de coação de Jairinho. Para os investigadores, a coação já fica evidente por parte da mãe de Henry, em relação às testemunhas. Isso porque a babá, em um segundo depoimento, afirma que foi Monique quem pediu para ela mentir no seu primeiro relato à polícia. A funcionária só disse a verdade após ser confrontada com mensagens de WhatsApp, em que relatou as agressões.
E, então, apontou pelo menos três episódios em que Henry teria sido agredido por Jairinho e que Monique teria conhecimento. Como o inquérito ainda não foi finalizado, a polícia não divulgou se ela será indiciada por falso testemunho.
Na delegacia, quando foi depor, Monique permanecia de mãos dadas com Jairinho, chegou até a comer uma pizza com ele e a tirar uma selfie. Ele, por sua vez, fazia brincadeiras com os policiais, querendo arrancar sorrisos.
Em coletiva, os investigadores afirmaram que Monique e Jairinho estavam dormindo na mesma cama ao serem presos. E, que ao serem conduzidos para a delegacia, na mesma viatura, conversavam entre si, somente reclamando do assédio da imprensa e do barulho de um helicóptero.
Mesmo após as provas e relatos, Monique diz, em carta, que "era a melhor mãe que Henry poderia ter tido". Em nenhum momento ela conta que Jairo teria agredido o filho e dá a entender que estaria dopada na noite do crime.
A reportagem tentou entrevistar os advogados dos citados por diversas vezes, que não retornaram as ligações.