FAMÍLIA GIAROLA
O 13º Encontro Família Giarola, no bairro do Caxambu, reuniu mais de 150 pessoas em ambiente de confraternização e alegria. Quanta gente bonita!
Após os aperitivos, foram servidas, entre outras delícias, costela, polenta, mandioca e verduras frescas, bem à moda dos oriundi, gente boa e trabalhadeira, que tanto contribuiu e contribui para o engrandecimento de nosso país, em vários aspectos, como o cultural, econômico e industrial, intermediados pela lavoura e fabricação do macarrão e do vinho caseiro, presentes em reuniões familiares e de amigos, regadas com disposição e ânimo, mesmo em tempos de crise e de guerra, tanto cá como lá. A benquerença foi saboreada nos suspiros, ambrosia, palha, pudins, casserole e outros quitutes ítalo-brasileiros. Tudo abençoado pela oração do Pe. Zezinho: “Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte / Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois!”
No momento cultural, elaborado por Pedrinho Giarola e Michael Ryan, após leitura de poemas do livro “Outubro”, foi apresentado um jogral que narrou a vinda dos italianos, as dificuldades dos navios na travessia do oceano e a chegada ao Brasil, entre as canções tradicionais “La bella polenta”, acompanhada de gestos típicos: “Quando se pianta la bella polenta, la bella polenta, / Si pianta cosi, si pianta cosi / Ô, ô, ôô / Bella polenta cosi, cia-cia-pum, cia-cia-pum”; e “Merica-Merica”, que principia assim: “Dalla Italia noi siamo partiti / Siamo partiti col nostro onore / Trentasei giorni di macchina e vapore/ e nella Merica noi siamo arriva”, e termina assim: “Merica, Merica, Merica, / Cosa sarà ‘sta Merica?’ / Merica, Merica, Merica, / un bel mazzoli” (ramalhete).
Lembrou filmes de Fellini, autênticos e singelos. Quem não se recorda da passagem do imponente transatlântico Rex, em “Amarcord”, com seu apito grave entre as brumas do mar alto, aguardado no silêncio da madrugada por barquinhos de pescadores e moradores do vilarejo, que acenavam com I fazzoletti bianchi nas mãos trêmulas da despedida. Entre eles, a cobiçada La Gradisca, una donna tanto bella.
O encerramento foi com “Aquarela do Brasil”, adereços, ornatos e coreografia do próprio Pedrinho Giarola, que sempre faz tudo benfeito, é só pensarmos em seus eventos beneficentes de dança, no Polytheama lotado, e que coroou a Festa dos Giarola com a fantasia “Anjo”, prateada e bordada com cristais Swarovski. Lindo domingo em Jundiaí. Parabéns à comissão organizadora e participantes. Obrigada pelo carinho, gente querida.
SONIA CINTRA - É doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela Universidade de São Paulo. Pesquisadora da Cátedra José Bonifácio - IRI/USP e membro efetivo da UBE. Fundadora e mediadora do Clube de Leitura da Academia Paulista de Letras e do Clube de Leitura Jundiaiense. Ex-presidente da AJL, oradora da Aflaj e madrinha do Celmi. Pós-graduada em Educação Ambiental.