Fluminense quer vaga na altitude para manter fôlego na temporada

10 de maio de 2018 445

Em condições normais de temperatura, pressão e altitude, o Fluminense estaria em uma situação muito confortável na Sul-Americana. Não que o confronto pela primeira fase da competição, contra o Nacional Potosí, tire o sono de Abel Braga sua equipe. Mas há o fator altitude para tumultuar a vida tricolor, que tenta avançar após abrir vantagem de 3 a 0 no jogo de ida, no Maracanã. O tricolor entra em campo nesta quinta-feira, às 21h45m, no estádio Victor Agustín Ugarte.

— O resultado que fizemos em casa foi importantíssimo. Mas, independentemente do placar, será um jogo difícil. Será aquilo que é a cara do time, que temos sido. Este jogo de quinta será de guerreiros — disse o volante Richard ao “Globoesporte.com”.

O desafio é maior porque o Fluminense não conseguiu fazer a aclimatação em Sucre (2.800 metros de altitude), já que aeroporto e estradas que fazem ligação à cidade foram fechados por protestos motivados pela disputa de royalties de uma reserva de gás.

O time treinou na quarta-feira em Santa Cruz de la Sierra, que fica ao nível do mar. O local usado foi o CT do Blooming, e o foco foi em bolas cruzadas e cobranças de pênalti. Nesta quinta, a delegação vai em dois voos distintos a Potosí, já que o aeroporto local não comporta aeronaves de grande porte.

— Essa questão da logística nos atrapalhou um pouquinho, mas vamos ter que superá-las. É um time de guerreiros, que se destaca pela união. No ano passado (contra a LDU, pela Sul-Americana) fizemos o reconhecimento no dia que antecedeu o jogo e nos ajudou muito, principalmente pela questão da velocidade da bola — ponderou o goleiro Júlio César, que estará no centro das atenções porque na altitude a bola costuma ganhar rapidez.

Para o Fluminense, o resultado tem importância diante da sequência. São três partidas seguidas sem perder pelo Brasileirão. Estendendo a amostra para os últimos cinco jogos — desde que acabou o Carioca — são três vitórias, um empate e uma derrota. Ou seja, em que pese a escassez de jogadores badalados, o time tem correspondido.

Fator financeiro

Cair na Copa Sul-Americana após o 3 a 0 é um risco para a estabilidade do clube como um todo. Vale lembrar que o contexto político está longe da calmaria, sobretudo por causa da grave situação financeira na qual o Flu se encontra (o balanço de 2017, divulgado com atraso, é um alarme). O rival Vasco está aí para provar o poder que os maus resultados têm no cotidiano.

A Sul-Americana gera premiações por cada fase disputada. Na primeira, já foram garantidos US$ 250 mil (cerca de R$ 900 mil). Na segunda, o pagamento feito pela Conmebol é de US$ 300 mil (cerca de R$ 1 milhão). É bom respirar fundo.

Ficha do Jogo

Nacional: Romero, Flores, Galaín, Thiago Santos e Brian Meza; Reina, Wílder Salazar, Montenegro e Galvis; Edson Pérez e Jorge Piñero.

Fluminense: Júlio César, Renato Chaves, Gum e Frazan; Gilberto, Richard, Sornoza, Jadson e Ayrton; Pedro e Marcos Júnior.

Juiz: Esteban Ostojich (URU).

 

Local: Estadio Víctor Agustín Ugarte.

Horário: 21h45m.

Transmissão: Sportv e Rádio Globo/CBN.




 

 

 

Paulo Nicolella