Gleisi desafia: “Me diga que ato extremo Lula já fez”

4 de dezembro de 2017 491

Gleisi Hoffmann disse neste domingo que não concorda com a avaliação de que Lula e Jair Bolsonaro polarizam em uma disputa de extremos, registra a Folha.

“Lula não é um extremista, ele já governou esse país. Me diga que ato extremo ele já fez”, desafiou a presidente do PT.

Além de ser o “comandante máximo”, segundo o MPF, do maior esquema de corrupção da história do país?

Além de ter garantido o financiamento de ditaduras de extrema-esquerda como Cuba e Venezuela durante seu governo e de sua sucessora?

Para o resto, de fato, Lula não precisou de atos extremos, porque sempre dispôs de aliados de extrema-esquerda, como MST e CUT, para praticá-los em seu lugar.

Procura-se um presidente

Paulo Guedes, antes de conversar com Jair Bolsonaro, apoiava Luciano Huck.

Eliane Cantanhêde explicou por que o apresentador de TV fugiu da raia:

“A dois anos da eleição, as pesquisas quantitativas têm muito menos importância do que as qualitativas, porque não são nomes que definem a campanha, mas a campanha e suas circunstâncias que apontam os nomes. As quantitativas perguntam em quem a pessoa votaria e ela responde o primeiro nome que vem à cabeça, entre os mais óbvios, que já disputaram eleições e exerceram mandato. Ex-presidentes que saíram com 80% de popularidade levam essa fácil.

As qualitativas captam interesses, percepções e ambições, como se fossem jogando papeizinhos com os requisitos numa caixinha e desenhando o perfil do ‘cara’ para aquele momento, naquelas circunstâncias. Em resumo, traçam tendências eleitorais.

A caixinha de Paulo Guedes foi preenchida com a ajuda da filha Paula, do site Jobzi, que aproxima oferta e procura de empregos e chegou ao perfil ideal para o ‘emprego’ de presidente: jovem, empreendedor, dinâmico, bom comunicador, humanista, ativo nas redes sociais – o ‘novo’. Assim Guedes ‘descobriu’ Huck (…).

Tinha uma sigla, contatos em várias outras, montava um programa de governo e já articulava, inclusive, uma equipe. Armínio na Fazenda? Parente (que resistia) como vice? Mendonça Neto (do DEM e ministro da Educação) na gestão? E, aos 46 anos, investia na sua geração, que tem o pé, e o cérebro, no Vale do Silício.

Tudo foi atropelado pelo timing: ao lançarem seu nome antes da hora, ele virou alvo fácil de um esquema poderoso de ataques. Ao lado de pesquisas encorajadoras, Huck dispõe de um rastreamento sofisticado desses ataques: os da turma do Lula, a soldo, têm origem clara e definida, os da turma do Bolsonaro, espontâneos, são difusos. Não havia tempo para articular o contra-ataque.”