GOVERNO FEDERAL AFIRMA RO TEM BARRAGEM COM ESTRUTURA COMPROMETIDA

13 de outubro de 2017 867

Relatório da Agência Nacional de Águas (ANA) identificou 25 barragens no país com estruturas comprometidas. Entre os problemas identificados estão deficiências no vertedor, que é por onde a água é escoada, fissuras e deterioração na estrutura de concreto das barragens, erosões e concreto com péssima qualidade.

Das 25 barragens, 16 são públicas e 9 privadas, sendo a maioria ligada ao agronegócio. Nenhuma delas tem relação com mineração ou geração de energia.

Veja a lista de barragens com problemas, o estado onde elas ficam e o problema identificado:

  1. Canoas (Alagoas) – erosão no vertedor
  2. Gulandim (Alagoas) – vertedor insuficiente
  3. Prado (Alagoas) – vertedor insuficiente
  4. São Francisco(Alagoas) – vertedor insuficiente
  5. Bosque IV (Alagoas) – vertedor insuficiente
  6. Francisco Alves (Alagoas) – necessidade de reforço no vertedor
  7. Progresso (Alagoas) – necessidade de reforço no vertedor
  8. Facundo(Ceará) – erosões no maciço
  9. São José II (Ceará) – afundamentos e buracos em talude
  10. Tijuquinha (Ceará) – fissuras e deterioração do concreto
  11. Pau Preto (Ceará) – erosões e vegetação nos taludes
  12. Trapiá (Ceará) – vegetação nos taludes
  13. Cupim (Ceará) – erosões e vegetação nos taludes e canais de aproximação
  14. São José III (Ceará) – erosões e vegetação nos taludes e canal de aproximação
  15. Valério (Ceará) – erosões no talude de jusante canal de restituição
  16. Poço Verde (Ceará) – erosões, afundamentos e vegetação nos taludes e coroamento
  17. Jardim Botânico (Paraná) – erosão no talude e vertedor
  18. Jucazinho (Pernambuco) – fissuras
  19. Capa Zero (Rondônia) – percolação com carreamento de material
  20. Fazenda Vista Montanha (Roraima) – não especificado
  21. Taboca (Tocantins) – erosão em talude e percolação com carreamento de material
  22. PA Destilaria (Tocantins) – vertedor comprometido
  23. Jaburu I (Ceará) – percolação e erosão regressiva no vertedor
  24. Passagem das Traíras (Rio Grande do Norte) – concreto com péssima qualidade
  25. Marechal Dutra/Gargalheiras (Rio Grande do Norte) – trincas em todo maciço

Para fazer o levantamento, a ANA solicitou informação a 29 entidades fiscalizadoras. Dessas, 9 apontaram haver barragens com problemas graves que comprometeriam a segurança e quatro afirmaram não haver barragens com estruturas comprometidas. Outros 16 órgãos não responderam ao questionamento da ANA.

No documento, a ANA alerta ainda para o grande número de barragens que estão sem identificação do empreendedor, que não tem autorização dos órgãos competentes e não tem nenhuma classificação quanto ao potencial de risco e impacto.

Barragens irregulares

De acordo com a agência, das 22.920 barragens identificadas em todo o Brasil, apenas 12.590 estão regularizadas e possuem algum tipo de ato de autorização (outorga, concessão, licença ou autorização), o que significa que 45% de todas as barragens identificadas no Brasil estão funcionando de forma irregular.

No total das barragens identificadas, 18.761 ainda não foram classificadas quanto ao potencial de dano e 19.229 não foram avaliadas quanto à categoria de risco.

Segundo a ANA, durante a elaboração do documento ocorreram 6 acidentes com barragens, entre eles o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), a maior tragédia ambiental do país, que ocasionou a morte de 19 pessoas, além de danos ambientais em toda a bacia do Rio Doce.

O documento aponta ainda que os empreendedores das barragens fiscalizadas só aplicaram 5% dos valores considerados necessários para segurança. De acordo com a agência, durante a elaboração do relatório, foram fiscalizadas 927 barragens.