Holloway diz que Aldo é o maior peso-pena da história e deixa porta aberta para o peso-leve

Por Camilo Pinheiro Machado, Joanna de Assis, Marcelo Russio e Raphael Marinho — Direto de Toronto, Canadá
O sorriso e as brincadeiras foram a tônica da coletiva de Max Holloway após a vitória por nocaute técnico sobre Brian Ortega no UFC 231, que aconteceu no último sábado, no Canadá. Muito à vontade e respondendo todas as perguntas dos jornalistas, o havaiano elogiou Brian Ortega pela resistência que demonstrou na luta principal da noite.
- Eu tentei deixar uma marca. Eu desafio a todos que queiram deixar suas marcas. Venham me vencer. Não fui eu que quebrei os recordes, os meus adversários é que levaram muitos golpes. Não me surpreendi por ele ter aguentado tantos golpes. Está no nosso sangue. Quando você vê lutadores havaianos como BJ Penn e eu aguentarmos tanta pancada e você vê os mexicanos também aguentarem tanto, é isso. Quando o UFC diz que a luta está no nosso DNA, é a verdade. A luta está mesmo no DNA dele, na sua ascendência, assim como na minha. Brian estava em águas profundas, e as únicas opções eram nadar ou afundar.
Para Holloway, a interrupção de uma luta pelo médico é frustrante para o atleta. Mas, no caso de Ortega, que estava muito machucado, o campeão diz ter achado a interrupção correta.
- É muito ruim quando o médico para a luta. Já estive nessa situação e sei como é. Tudo pela segurança, mas eu sei que, se ele lutasse mais um round, seria igual aos outros. Os médicos fizeram o seu trabalho.
Perguntado se se considerava o maior peso-pena de todos os tempos, Holloway não teve dúvidas em apontar o brasileiro José Aldo como o merecedor desta honraria.
- Ainda acho que o maior peso-pena de todos os tempos é José Aldo. quando eu tiver a idade dele, se eu ainda estiver aqui, e me perguntarem quem é o maior peso-pena de todos os tempos, eu poderei responder outra coisa. Hoje, eu estou perseguindo ele. Aldo estabeleceu o limite, e eu quero passá-lo. Mas eu quero ser o melhor peso-por-peso. Sou o campeão, defendi meu cinturão, e agora quero ser o melhor peso-por-peso. Se for preciso subir de categoria, se tiver que bater o no meu amigo Daniel Cormier, que seja. Havaianos adoram comer, e eu chego no peso dele bem rápido (risos).
Para o havaiano, o peso-leve traz bons desafios, principalmente os três primeiros do ranking. Mas, para Holloway, há pendências que precisam ser acertadas para que ele mude de categoria, como Dana White quer.
- Dana é o chefe, e o chefe quer superlutas. O UFC e a imprensa estão falando em me ver no peso-leve para fazer superlutas. Estou ouvindo os nomes de Conor, de Khabib... É preciso que algumas coisas sejam acertadas. Espero que sejam, e vamos ver o que acontece. Uma luta entre eu e Tony Ferguson é uma luta divertida. Quem sabe? Eu luto contra qualquer um. Já aceitei duas lutas com dez dias de antecedência. Não me importo, que sejam poucas horas. Se houvesse um adversário daqui a uma hora, eu enfrentaria. Lutaria duas vezes no mesmo dia. Eu sou assim, tenho espírito de guerreiro. Pretendo lutar até trinta e poucos anos. Ainda tem muita coisa pra acontecer... (risos). Todos falam dos três grandes nomes do peso-leve. Todos querem me ver lutar com Tony ou com Khabib. Ou com Conor, que me venceu quando eu era um menino. Dos top 20 lutadores do mundo naquela época, 30 me venceriam. Khabib é invicto, e eu gosto muito da ideia de acabar com a invencibilidae de alguém. Eu não escolho. Tragam alguém pra mim. Eu luto contra qualquer um mesmo. Se me dizem que um cara é o melhor, é ele que eu quero enfrentar para ver se ele é bom mesmo.
Max Holloway se surpreendeu com a resistência de Brian Ortega — Foto: Getty Images
O campeão também se surpreendeu com a resistência de Brian Ortega, e revelou que seus treinadores o deixaram à vontade para adotar a tática de luta que quisesse, sendo liberado por eles para atacar desde o começo da luta se achasse que seria positivo.
- Eu pensei: "Ele vai ficar aqui por cinco rounds apanhando tanto assim? Espero que ele esteja bem, e vamos lá!" Eu puxo meus rivais para águas profundas. Se você passar por aquela porta, eu aperto sua mão e, se você for duro o bastante, sorte sua. Meus técnicos sempre me pedem calma, mas dessa vez eles me deixaram livre para fazer o que eu achasse que devia no começo da luta. Eu estava muito tranquilo na luta. Falei com meus técnicos, falei com Ortega durante a luta, vi meu filho do lado de fora... se me dessem um celular, eu mandaria mensagens ai mesmo (risos). Eu me senti um canadense hoje. Ouvi alguns torcedores gritando o nome do Ortega, e na mesma hora muitos mais gritaram o meu nome. Adoro a décima ilha.
Perguntado sobre como avaliava Renato Moicano não ter conseguido bater o peso válido para disputar o cinturão - o brasileiro era o substituto para a luta e ficou uma libra acima do limite - Holloway defendeu o companheiro de profissão, e disse ter certeza que, em outras circuntâncias, Moicano bateria o peso.
- Como você se motiva para perder peso se é um substituto? Tem que bater o peso e não lutar? É uma m***. Você já cortou peso? É muito ruim. Nós estávamos na mesma sala para cortar peso e treinar. Foi meio constrangedor. Eu teria deixado eles ali, mas ele e sua equipe saíram da sala antes, mostrando respeito. Gosto muito da equipe dele. Como você acorda para ser substituto? Nós somos lutadores. Eu nunca desejaria que um atleta passasse mal para eu ter a minha chance. Se ele tivesse tido o adversário certo, tempo suficiente e a certeza de uma disputa de cinturão, eu garanto que ele teria batido o peso.
No fim, muito descontraído, Max Holloway posou para fotos com o cinturão e com o seu filho, Rush, brincou com os jornalistas, e disse que eles tinham muita sorte por terem presenciado o UFC 231.
- Vocês são muito sortudos. O Natal chegou antes para vocês. Esse card foi um presente. Parabéns. Vocês ganharam vários presentes hoje.
No fim, muito descontraído, Max Holloway posou para fotos com o cinturão e com o seu filho, Rush, brincou com os jornalistas, e disse que eles tinham muita sorte por terem presenciado o UFC 231.
- Vocês são muito sortudos. O Natal chegou antes para vocês. Esse card foi um presente. Parabéns. Vocês ganharam vários presentes hoje.
FOTO Marcelo Russio