Homem é encontrado morto em apartamento no Bosque; polícia suspeita de suicídio

20 de outubro de 2017 1028

Um homem identificado como Fábio Rodrigues Sena do Nascimento, 37 anos, foi encontrado morto, na noite de quinta-feira (19), no apartamento em que morava em um prédio localizado na Rua Alvorada, no bairro Bosque, em Rio Branco. Um tio dele, sentiu falta do sobrinho e resolveu procurá-lo no apartamento, como a porta estava trancada pelo lado de dentro, ele arrombou e acabou encontrado Nascimento morto caído ao chão.

Policiais militares, e uma equipe do Instituto Médico Legal (IML), foram acionadas para os procedimentos necessários. Segundo a apuração preliminar do IML, a causa da morte ainda é indeterminada, porém, existe a suspeita de que ele tenha cometido suicídio cortando com uma faca a veia femoral, provocando uma intensa hemorragia. O laudo oficial, apontando as reais causas da morte sairá em um prazo estimado de até 30 dias após o fato.

Ele seria usuário de drogas, e já teria tentado contra a vida outras vezes. Uma mulher, que conhecia Nascimento, afirma que apesar do envolvimento dele com substâncias entorpecentes, era uma pessoa educada não tinha problemas com ninguém.” Um rapaz inteligente e muito educado, já fazia algum tempo que ele andava transtornado, infelizmente isso aconteceu, e as drogas ajudaram muito. Muito triste mesmo”, lamentou.

PREVENÇÃO

Diversos fatores podem impedir a detecção precoce e, consequentemente, a prevenção do suicídio. O estigma e o tabu relacionados ao assunto são aspectos importantes. Durante séculos, por razões religiosas e culturais, o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda existe o medo e a vergonha de se falar abertamente sobre esse problema com os amigos ou até mesmo com a família.

No Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), existe uma equipe de profissionais que identifica os pacientes que dão entrada na unidade por tentativa ou indução ao suicídio. Internações e acompanhamento familiar fazem parte do atendimento. Durante o mês de setembro, ações e palestras foram realizadas em unidades de saúde para conscientizar profissionais e a sociedade sobre o tema. O núcleo funciona 24 horas por dia.

“O suicídio atualmente é considerado uma epidemia silenciosa. É como se fosse invisível, ainda por questões de tabu. Qualquer ameaça ou tentativa de suicídio deve ser levada a sério. Se for ignorada, uma vida pode ser perdida”, afirma a psicóloga Andreia Vilas Boas, atual coordenadora do Núcleo de Prevenção ao Suicídio. Ela mesmo atende e faz o acompanhamento de vários pacientes, e diz estar preocupada com os altos números.