Israel relembra massacre do Hamas: “um ano sem paz”
Um ano após o ataque brutal de 7 de outubro de 2023, Israel ainda revive o pesadelo daquele sábado infame.
Naquele dia, o Hamas lançou uma ofensiva coordenada, invadindo vilarejos e um festival de música pela paz, matando mais de 1.200 civis e sequestrando mais de 200, incluindo crianças e idosos. O massacre, ataque mais letal contra judeus desde o Holocausto, mudou para sempre o país.
As cerimônias que marcaram o aniversário da tragédia refletiram o trauma que ainda permanece. No local do festival Nova, onde 347 pessoas foram mortas, centenas se reuniram para homenagear as vítimas. Durante a cerimônia, uma música que tocava no momento do ataque foi abruptamente interrompida, recriando o terror do ataque.
“Eles estavam celebrando a vida quando a morte chegou de forma brutal”, disse um sobrevivente, com lágrimas nos olhos. Outro, que conseguiu escapar, descreveu o caos: “Nunca pensei que viveria algo assim. O horror foi inimaginável.”
No Kibutz Nir Oz, onde um quarto dos moradores foi assassinado ou sequestrado, a devastação ainda é palpável. “Eles vieram para nos exterminar”, relatou um residente que perdeu toda sua família no ataque. “Aqueles que não foram mortos, foram levados como prisioneiros. Nossa comunidade foi destruída e jamais será a mesma.”
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, declarou que, um ano depois, “os israelenses ainda estão vivendo os horrores de 7 de outubro de 2023”. A frase ecoa a dor de uma nação que, mesmo após um ano, não conseguiu se recuperar da brutalidade desse ataque.
O 7 de outubro é visto como um marco na história de Israel, uma ferida que continua aberta. O trauma coletivo é inegável. Uma mãe que perdeu dois filhos no festival Nova relatou que não consegue mais dormir. “O pesadelo daquela manhã ainda me persegue. Não sabemos quando vamos ter paz novamente.”
A última edição da Crusoé refletiu o estado de espírito do país com sua manchete: “Um ano sem paz”. A reportagem abordou o impacto psicológico do ataque e a sensação de vulnerabilidade que persiste. Para muitos, o 7 de outubro não é apenas uma data de luto, mas um divisor de águas na percepção de segurança em Israel. O massacre, que deixou centenas de famílias devastadas, reforçou a sensação de que o perigo pode voltar a qualquer momento.
Enquanto as homenagens continuavam, Israel manteve suas forças em alerta máximo, temendo novos ataques no aniversário do massacre. “Estamos prontos”, afirmou Daniel Hagari, refletindo o temor de que o 7 de outubro continue a ser lembrado não só como o dia de um massacre, mas como um ponto de renovada ameaça.
As cicatrizes deixadas pelo ataque ainda são visíveis em cada canto de Israel. Para muitos, não se trata apenas de curar feridas físicas, mas de tentar lidar com a perda e o trauma que continuam a assombrar as vidas dos sobreviventes e dos familiares das vítimas. “Perdemos nossa paz, nossa segurança e nossa esperança naquele dia”, desabafou uma mulher que perdeu seu marido e sua filha pequena durante o ataque.
O impacto do 7 de outubro de 2023 ressoará por gerações. Mais do que um ataque terrorista, foi uma tentativa de destruir a alma de Israel.