Justiça solta empresário e diretor da Secretaria de Obras investigados pelo Gaeco

7 de junho de 2018 315
O juiz da 2ª Vara Criminal de Londrina, Delcio Miranda da Rocha, revogou a prisão preventiva do ex-diretor do setor de Loteamentos da Secretaria Municipal de Obras, Ossamu Kaminakagura, investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) na Operação ZR-3, que apura um suposto esquema de corrupção entre vereadores e empresários para mudanças pontuais de zoneamento na cidade. O magistrado determinou o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, prazo que poderá ser prorrogado constantemente. Além disso, o servidor deverá ficar em casa das 21h às 6h, inclusive feriados e finais de semana, e não poderá manter contato com as outras 12 pessoas denunciadas pelo Ministério Público. 

Kaminakagura continuará afastado da função que exercia na prefeitura até ser detido pelos policiais do Gaeco. Ele permaneceu preso na PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina). No despacho, o juiz deferiu a soltura pelo "abrandamento das situações que justificaram a imposição da medida restritiva (prisão)" e o fato de "outros réus ainda responderem em liberdade". Os processos que culminaram na deflagração da ZR-3 correm em segredo de justiça na 2ª Vara Criminal. 

Quem também deve deixar a prisão nesta quinta-feira (7) é o empresário Vander Mendes Ferreira, decisão emitida pelo mesmo magistrado. Ele e Ossamu Kaminakagura eram os últimos dos 13 investigados que continuavam atrás das grades. A dupla foi presa no dia 28 de fevereiro depois do Gaeco ter encontrado novos fatos descobertos em documentos apreendidos na ZR-3. Na época, o promotor Leandro Antunes informou que um cheque de R$ 30 mil havia sido encontrado com Ferreira, dinheiro que seria usado pagamento de propina ao funcionário público. 

Corregedoria 

A corregedora adjunta do Município, Adriana Granado, encaminhou pedido para que o prefeito Marcelo Belinati (PP) demita Kaminakagura do serviço público. Ele foi alvo de um processo administrativo aberto em 2016 para investigar o descumprimento de uma norma da Secretaria de Educação (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) nas contrapartidas de três empreendimentos em Londrina. 

Segundo a apuração, as loteadoras teriam que construir escolas municipais, mas o parecer assinado por Kaminagakura teria determinado apenas a construção de salas de aula. O servidor é reincidente na pasta, tendo respondido outros dois processos disciplinares.
 
Rafael Machado
Grupo Folha