Manifestantes em Gaza enfrentam Hamas e pedem paz

26 de março de 2025 36

Centenas de palestinos protestaram nesta terça-feira, 25, em Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza, contra o Hamas, grupo terrorista que controla o território desde 2007.

Em um dos atos mais importantes desde o início da guerra com Israel, os manifestantes exigiram o fim do conflito, a libertação de reféns israelenses e a deposição do regime autoritário imposto pela organização

Muitos participantes carregavam bandeiras brancas e cartazes com frases como “Hamas fora!”, “Queremos viver!” e “Parem a guerra”.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram centenas caminhando pelas ruas, enquanto denunciam a repressão imposta pelo grupo. Um dos manifestantes cobrou a presença da imprensa e acusou a rede Al Jazeera de ignorar a revolta popular por ser alinhada ao Hamas.

“O povo está pedindo liberdade. Hamas quer que a gente morra enquanto eles se escondem. Queremos paz, queremos viver. Libertem os reféns para que possamos sobreviver”, afirmou um dos participantes, em referência aos israelenses ainda mantidos em cativeiro.

Outro manifestante declarou que a população local deve decidir “quem está no controle” e criticou o que chamou de “regime tirânico que ameaça o futuro do nosso povo”. A manifestação foi descrita como um apelo desesperado por segurança, autodeterminação e fim do sofrimento imposto por anos de opressão.

O Hamas, responsável pelo ataque terrorista que matou 1.200 israelenses em 7 de outubro, utiliza civis como escudos humanos e mantém reféns sob seu poder, o que amplia o sofrimento da população.

Apesar da censura e do risco de retaliação, essa não é a primeira manifestação contra o Hamas. Protestos menores e esporádicos foram registrados em janeiro, além de atos semelhantes em 2020 e 2023, ligados ao movimento “Bidna N’eesh” (“Queremos Viver”), que teria recebido apoio do Fatah, grupo rival.

O Hamas é uma organização terrorista que impõe um regime autoritário e repressivo à população de Gaza, silenciando opositores e reprimindo com violência qualquer dissidência.

A mobilização desta terça-feira revela uma crescente insatisfação popular com o grupo, a guerra e o isolamento da região.

Fonte: ALEXANDRE BORGES/O ANTAGONISTA