Manifestantes protestam pelo fim da exportação de animais vivos

25 de fevereiro de 2018 725

Mais de 50 pessoas protestaram no sábado (24), no Centro de Porto Alegre em ato intitulado “Na dor somos iguais. Contra o transporte de cargas vivas”. Contra o transporte de animais vivos, integrantes do grupo ATUAtiveg simularam o transporte e a degola dos bois. Na performance, os ativistas interpretaram o método de abate halal – de origem islâmica e que cuja prática concebe uma morte rápida para evitar sofrimentos para o animal.

Vestindo preto, os manifestantes expressaram seu luto pela decisão da Justiça que liberou a partida do porto de Santos para a Turquia do navio Nada, com 25 mil bois em uma viagem de 16 dias. Cartazes e bandeiras preenchiam o ambiente pela libertação animal. Além disso, os manifestantes usavam maquiagem, máscaras e brincos de identificação de gado, chamando a atenção de quem passava pelo Largo Glênio Peres.
 
Em dezembro de 2017, o porto de Santos voltou a embarcar animais vivos. Mais de R$ 800 milhões de carga viva foram transportados em 2017, incluído no montante de R$ 5,3 bilhões em carne processada e congelada. Conforme a Associação Brasileira dos Exportadores de Animais Vivos (Abreav), o Brasil vendeu 460 mil cabeças de gado em pé em 2017, um crescimento de 42% em relação a 2016.
 
Segundo a organização do evento, existem duas ações em tramitação na Justiça para suspender a exportação. Em nota, os movimentos lembram, em lista, do que chamam de “suspeitos” – entre nomes na política, no Judiciário e no setor privado – que colaboram para “uma das práticas mais brutais de escravidão animal do século 21”. Eles citam o presidente Michel Temer (MDB), acusado de receber propina da JBS e Friboi, 0 que resultou na operação Carne Fraca, respondendo a inquérito da Polícia Federal sobre o esquema de corrupção no Porto de Santos, entre outros; e o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PP) que teria derrubado uma liminar federal contra a exportação de carga viva e carrega denúncias por suspeita de impor a trabalhadores de sua fazenda condições análogas à escravidão.
 
Também participaram do ato representantes da Vanguarda Abolicionista, Santuário Voz Animal, Reino Gato, DxE (Direct Action Everywhere), MDA (Movimento de Defesa Animal), SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), Pata, entre outros simpatizantes da causa animal.

 

Foto: Fernando Antunes, Carmem Letícia Pezzi, Márcio de Almeida Bueno