Maurão diz em Vilhena que Confúcio será deputado e Raupp sai com Jesualdo
5 de julho de 2018
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No esforço para viabilizar a própria candidatura ao governo do estado o deputado Maurão de Carvalho demonstra bem um conceito muito particular sobre dinheiro público e respeito à legislação eleitoral ao usar recursos da Assembleia para sua campanha política fora de época. Ele visitou Vilhena a pretexto de prestigiar a posse do novo prefeito e aproveitou para executar mais uma rodada de negociações em busca da construção de alianças. E disse falar em nome de Valdir Raupp, que detém o controle do diretório regional do MBD, para garantir que o ex-governador Confúcio Moura não será candidato ao Senado.
Está definida a questão - imagina ele - da divisão do partido entre os grupos de Valdir Raupp e Confúcio, que insiste em defender a candidatura ao governo do ex-secretário da Sefin, Wagner Garcia de Freitas para credenciá-lo a ocupar, em futuras articulações, o cargo de vice na chapa de Daniel Pereira. Maurão de Carvalho, que mesmo nas sondagens mais favoráveis oscila entre 6 e 8%, apesar de estar em campanha declarada há anos, acredita que sua caminhada para o sucesso passa pelo afastamento do ex-governador, que somente teria vaga para Deputado Federal.
Tudo acertado, pelo menos na imaginação do obcecado parlamentar: Valdir Raupp vai concorrer à reeleição em dobradinha com o ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires, do PSB de Daniel Pereira. Confúcio sairia para deputado e Daniel Pereira para vice do próprio Maurão - não interessa se a legislação que impede um governador de candidatar-se a outro cargo que não à própria reeleição, a menos que renuncie ao mandato. Isso também parece são preocupar o deputado, convencido de que é sua a vez de montar o cavalo arreado que circula por aí.
Cabe então, por óbvio, a celebre indagação de Garrincha: "Já combinaram com os russos?" Tudo indica que não. O que se anuncia é uma decisão sobre o destino político de Confúcio Moura sem pelo menos combinar com ele, o que é, no mínimo, uma temeridade. Vai que o ex-governador decide não concorrer a coisa alguma e recolher-se ao aconchego do lar, na certeza de já ter cumprido suas responsabilidades com o estado, coisa que não se discute e que há muito ele tem declarado.
Pior: vai que Confúcio se irrita, não sai candidato a nada, sobe no palanque e pede votos para Daniel Pereira, que representa, no mínimo, a continuidade de seu trabalho? Então? Como ficam os magos do MDB numa situação dessa, com a possibilidade de perder a enxurrada de votos que ele com certeza vai arrastar dali? Vale lembrar que o Supremo já limitou o chamado foro privilegiado exclusivamente a crimes cometidos no exercício do mandato e relacionados a ele. Ou seja: uma cadeira, no Senado ou na Câmara, em nada irá proteger Confúcio contra algum maluco que decida processá-lo.
Tem mais: a direção nacional do MDB tem plena consciência de que o partido vai sofrer forte encolhimento das bancadas em outubro, assim como vai acontecer com o PT, PSDB, Democratas e outros. Será que vai desprezar uma candidatura consolidada, com vitória praticamente assegurada, de um político que é sócio fundador da agremiação para beneficiar um candidato a governador que até outro dia prestava literalmente vassalagem a Ivo Cassol? Pode ser. Mas eu particularmente duvido!
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