Medida insana

 Votei no Bolsonaro não para atender aos desejos da bancada da bala no Congresso Nacional, interessada no aumento do comércio de armas de fogo, mas para que o novo governante se empenhasse na luta contra a violência, promovendo mais segurança para o povo brasileiro, além de realizar outras reformas necessárias para o nosso desenvolvimento.  Como releva o Editorial da Folha (16/1) "Morticínio armado", o decreto do Presidente, contrariando o Estatuto do Desarmamento aprovado pelo Parlamento em 2013, ao facilitar o uso de armas na sociedade, em lugar de diminuir, irá aumentar a criminalidade, conforme atestam pesquisas sérias. Colocar mais  pistolas, revólveres e espingarda em circulação terá como conseqüência inevitável mais desgraças na nossa sociedade. Não se combate o crime armando o povo, pois a violência gera mais violência.

            Para cumprir a promessa eleitoral de melhorar a segurança pública, nosso Presidente, em lugar de emitir um decreto de eficácia duvidosa, contraproducente, além de ser um ato monocrático, de autoritarismo injustificável num regime democrático, por que não fornece ao seu ministro da Justiça, Sergio Moro, os recursos necessários para equipar as forças da ordem na luta contra bandidos e traficantes que dominam favelas e prisões, sendo eles os principais responsáveis pela insegurança cívica? A segurança pública é uma obrigação do Estado, como a educação e a saúde, não devendo ser transferida para os cidadãos individualmente. O uso privado de armas de fogo deve continuar restringido apenas a alguma pessoas (guardas noturnos, moradores em lugares isolados) e após prova de competência no manuseio e orientação de custódia para evitar acidentes. Já vi uma briga de trânsito virar tiroteio entre motoristas que tiraram revólveres de porta luvas. Se a ocasião faz o ladrão, por que não evitar a tentação do uso de armas de fogo? Sem falar do perigo para crianças numa residência que abrigue pistolas ou fuzis!