Múcio: Forças Armadas querem punição de golpistas e vão colaborar com o esforço fiscal
'Estou me sentindo de volta ao 8 de janeiro', disse o ministro, de acordo com a jornalista Tereza Cruvinel
O ministro da Defesa, José Múcio, começou a conversa comigo confessando seu incômodo com as prisões de militares que, para executarem um golpe de Estado, planejaram até matar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Morais:
- Estou me sentindo de volta ao 8 de janeiro. Naquele momento, diz o ministro, fala-se genericamente do envolvimento das Forças Armadas, quando não foram elas, mas alguns de seus membros, que participaram dos planos golpistas. E estes precisam ser logo identificados e punidos, para que a generalização deixe de desgastar as Forças Armas. - Isso um dia tem que acabar e quanto antes, melhor.
Mais uma vez Múcio afirma que as Forças Armadas, longe de terem endossado a conspiração, impediram a consumação de um golpe, através da oposição firme dos comandantes e membros da alta hierarquia.
De fato, numa das trocas de mensagens entre os golpistas recuperadas pela Polícia Federal, o general Mario Fernandes e seu chefe de gabinete, Reginaldo Vieira de Abreu, falam sobre as resistências ao golpe no Alto Comando do Exército. “Cinco (generais) não querem, três querem muito e os outros, zona de conforto. É isso. Infelizmente”, disse Vieira.
O ministro diz poder assegurar, hoje, que a maioria absoluta dos militares não participou de conspirações golpistas: “Mas enquanto o joio e o trigo não forem separados”, diz ele, o conjunto das instituições militares sofrerá um desgaste injusto. Por isso ele torce para que as investigações avancem e identifiquem todos os envolvidos, para que sejam devidamente punidos.
Múcio informa também que as Forças Armadas vão dar sua contribuição ao esforço fiscal do governo, com uma mudança na regra de aposentadoria dos militares. A idade mínima passa a ser de 55 anos. Hoje não há limite e os militares costumam se aposentar muito jovens.
A Fazenda certamente desejava uma regra mais dura, mas Múcio insinua que esta foi a pactuação interna possível neste momento.
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A POLITICA COMO ELA é (POR : TEREZA CRUVINEL)
Tereza Cruvinel atua no jornalismo político desde 1980, com passagem por diferentes veículos. Entre 1986 e 2007, assinou a coluna “Panorama Político”, no Jornal O Globo, e foi comentarista da Globonews. Implantou a Empresa Brasil de Comunicação - EBC - e seu principal canal público, a TV Brasil, presidindo-a no período de 2007 a 2011. Encerrou o mandato e retornou ao colunismo político no Correio Braziliense (2012-2014). Atualmente, é comentarista da RedeTV e agora colunista associada ao Brasil 247; E colaboradora do site www.quenoticias.com.br