Nos tempos do garimpo

12 de janeiro de 2018 867

Em meados de 1980 o garimpo do ouro no rio Madeira atingia o seu ápice criando tantos milionários em Porto Velho. A migração de todo País era intensa para Rondônia, os colonos buscando a doação de terras no interior, mas para a capital, a chegada de contingentes migratórios era de garimpeiros, com suas balsas e dragas tomando conta das águas barrentas do Madeirão.

Num destes primeiros anos da década de 80, com mais de dez mil dragas quase coladas no rio Madeira e um formigueiro de pessoas nas ruas movimentando o comércio, emergiram alguns milionários do garimpo. Tanto sucesso despertou a cobiça da população. No ano seguinte se atiraram ao rio Madeira dentistas, médicos e advogados, além de jornalistas, construtores, padres, pastores, políticos, prostitutas, todos mirando a riqueza. E o Madeirão, que tinha sido generoso até então, se transformou em um cenário de terror: o ouro rareou. Surgiam então os latrocínios nas estradas de quem transportava cargas valiosas, os corpos de garimpeiros assassinados eram vistos com frequência boiando no rio, em visões macabras. E os aventureiros voltando para a cidade como as andorinhas em revoada com as asas quebradas e cheias de dor…

Novos federais

Na bolsa das apostas já são cotados como principais predadores dos atuais deputados federais na peleja à Câmara dos Deputados nas eleições de outubro, os ex-prefeitos Melki Donadon (Vilhena), Mauro Nazif (Porto Velho), o atual deputado estadual Léo Moraes(Porto Velho), o ex-deputado estadual Tziu Jidalias (Ariquemes), o ex-deputado federal Carlos Magno (Ouro Preto do Oeste) e Jaqueline Cassol (Cacoal).

Haja bicudos

As relações entre os prefeitos e vices tradicionalmente acabam em conflitos, se deteriorando rapidamente. Em Porto Velho, o prefeito Hildon Chaves (PSDB) trata o seu vice Edgar do Boi (PSDC) a pão e água; em Ariquemes, o prefeito Thiago Flores está cortando as asinhas do vice Lucas Follador. Em vários municípios rondonienses a toada é a mesma, mas na capital é onde a coisa rola desde a primeira gestão petista.

Mais presídios

Depois dos municípios de Catanduvas (PR), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO), agora o governo anuncia que Brasília também está ganhando seu presídio federal. Ainda no Plano Nacional de Segurança constam os projetos das penitenciárias federais nas regiões metropolitanas de Manaus (AM) e Porto Alegre (RS). Como se vê, temos presente de grego para todos os Estados…

A mobilidade

Com a estação chuvosa, a prefeitura de Porto Velho atrasou a execução de todos os seus projetos de mobilidade urbana. O único em execução, e com enorme atraso, é o alargamento da rua Duque de Caxias para desafogar o intenso movimento de trânsito da turbulenta e congestionada avenida Carlos Gomes, corredor dos ônibus coletivos, na região central. Estão previstas ações de mobilidade em 2018 nas zonas Leste e Sul da capital.

Muitas queixas

A regularização imobiliária continua um tormento para os agentes e a própria população que trabalham na elaboração de escrituras de casas e terrenos na capital rondoniense. O problema vem desde a segunda administração do prefeito Roberto Sobrinho, que priorizou a regularização dos imóveis nos bairros, invasões e assentamentos. Na gestão Mauro Nazif a coisa desandou de uma vez. Obter uma escritura hoje é um martírio na prefeitura e nos cartórios.

Via Direta

*** A proximidade das águas do rio Madeira no leito da BR-364, na Ponta do Abunã, assombra os acrianos, conforme alerta a imprensa do vizinho Estado *** Na vizinha Humaitá (AM), foi prorrogada a presença das forças nacionais por mais 15 dias *** Sinal que a cosia ainda não está bem controlada *** Trocando de focinho de porco para tomada: Os ex-deputados estaduais presos na capital buscam penas alternativas com o uso de tornozeleiras.

POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)

Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br