O Sol voltará a brilhar

8 de junho de 2021 353

A grande verdade- e isto se observa com o hiato entre os políticos e os seus representados, bem como pelo papel indigno da grande imprensa no momento atual- é que as pessoas sentem que os sistemas, que davam um direcionamento ao mundo, falharam. Quem, por exemplo, se sente representado por um Renan ou um Aziz? Quem concorda, por exemplo, com este movimento torpe contra a Copa América? E esta decepção se torna pior por vir acompanhada da percepção de que somos impotentes para mudá-los ou, pelo menos, consertá-los. Qual o significado que isto pode ter? Respostas irracionais como caos, autodestruição e desespero, quando, no curto prazo, não há respostas. Reclama-se, no Brasil, da vacina contra o coronavírus (até com a enganadora conversa de que se custou a comprar uma promessa), mas, se ignora que, certamente, fora de nosso país, que tomou as providências cabíveis, não haverá vacina para todos os que precisam, e querem. Não é uma questão de falta de tecnologia, nem de capacidade para atender- assim como não é a questão dos alimentos-é uma questão de poder e, isto é o que não se diz-poder somente muda com educação e informação-duas coisas que os donos do poder não desejam ver democratizadas. Quem sabe, quem tem informação, compreende que o comportamento vergonhoso da mídia nacional em relação ao governo nada tem de interesse público ou defesa de bandeiras. É só levantar a quem pertencem os conglomerados de mídia- famílias milionárias e políticos- para verificar que as políticas públicas atuais não atendem seus caixas nem seus interesses. Será que interessa saber que o governo Bolsonaro fez mais por saneamento e água limpa do que todos os outros deste século? Não. Não é de se esperar que as crianças brasileiras sejam prioridade para receber educação, comida decente, saneamento, água limpa e oportunidade de futuro. É de se esperar sim que surjam na imprensa as acusações de fascismo, de fanatismo contra milhões que vão as ruas em busca de um mundo melhor. Não se vê a imprensa cobrando (nem os políticos) que se faça um plano de emergência para a educação para extinguir a falta de escolaridade entre nós depois de dois anos, praticamente, sem escola. Embora se use os pobres, como Lula da Silva usou sem freios, ninguém se preocupa com eles. Bolsonaro é o maior exemplo da falência do sistema. Sua eleição, contra tudo que esta aí, e sua popularidade crescente, vem de que o sistema fraturou, quebrou. As pessoas não sonham com a irrealidade de um mundo igual para todos, mas, desejam o mínimo possível como renda, comida, remédios e liberdade. E tiveram suas rendas e vidas impactadas por medidas restritivas de suas liberdades e direitos. As camadas mais pobres (e que menos falam) foram as mais atingidas e sabem sim quem são os responsáveis por suas vidas terem sido brutalmente atingidas. E não precisam de CPIs para isto.  Agora, e as informações que circulam pelas redes sociais permitem isto-já não estão submetidas as versões únicas, que ainda tentam se impor e impor o retorno ao passado. Não há volta. Não que os Marinhos, os Jereissatis, os Collors, os Liras, os Gomes, os Magalhães vão deixar de ter poder, porém, não poderão mais impor suas vontades, como sempre fizeram. Atravessamos sim, uma época negra, escura mesmo, no entanto, há raios de sol no meio da escuridão. O Brasil é maior do que este sistema prá lá de medíocre e, contra todos os que torcem pelo quanto pior melhor, haveremos de ter tempos melhores. Os primeiros sinais de luz já são visíveis. 

Fonte: SILVIO PERSIVO
A POLITICA VISTA POR UM POETA ( SILVIO PERSIVO

Colaborador do quenoticias.com.br, Silvio Persivo é Economista com Doutorado em Desenvolvimento Sustentável pelo NAEA, escritor, poeta e professor de Economia Internacional e Planejamento Estratégico da UNIR. E-mail: silvio.persivo@gmail.com