OLHAI OS LÍRIOS DOS CAMPOS!
Planejar uma cidade não significa apenas arquitetar edifícios e viadutos. O mundo atual pede novas definições. Com o aquecimento global e frequentes demonstrações de poder da natureza, o homem precisa repensar o futuro. As grandes metrópoles, onde o gris domina e a mistura grotesca, de ferro, cimento e cascalho, faz germinar a impermeabilização, não mais oferecem a fruição da qualidade de vida.
O momento solicita compartilhamento das áreas verdes, aproveitamento da iluminação natural e uso esmerado da água pura das nascentes. O futuro do ser humano não depende mais dos edifícios ou imensos viadutos, sequer de condomínios de luxo, sejam verticais ou horizontais. A qualidade da vida moderna, certamente se abriga no campo, na zona rural, onde a produção de alimentos e fontes de água doce oferecem as verdadeiras e únicas possibilidades de subsistência no planeta. A sobrevivência da humanidade permanece onde o homem predador não consegue penetrar. Está no coração do caboclo simples, que ama a terra, preserva a natureza e não esgota seus recursos. Está na pequena propriedade, na chácara de produção de hortaliças, no pomar com seus frutos exuberantes. Feliz do morador do campo que resistiu aos modismos da ilusória modernidade e restou na mãe terra onde a semente germina e o rio cantante caminha. O homem provendo o próprio homem, este será o retrato do mundo novo. Repensar a supervalorização das máquinas, poluentes incontroláveis do planeta, também seria prova inconteste de atitude inteligente. A grande verdade consiste em valorizar a natureza e seus tesouros, pois, se as cidades forem devastadas o campo proverá, porém, se arrasado o campo as cidades perecerão. Urge valorizar a zona rural, o agricultor, a fauna e a flora, valorizar o verde, as serras, as montanhas, os vales, este é o caminho a ser trilhado para que a humanidade possa voltar a ser prioridade.
O Sermão da Montanha há milênios ecoa: Olhai os lírios dos campos! Olhai as aves do céu! O grande vocativo a alertar que a terra é a criadeira da vida e a poderosa mãe de todos, pois é dela que brota o sagrado alimento e as águas puras que curam todos os males! O grande tesouro da humanidade é o planeta Terra, nossa grande morada. E muitas vezes a natureza, tal e qual exímia conselheira, abraça o imenso globo azul com espetacular arco-íris, obra de arte que com suas sete cores mostra aos homens como abraçar o irmão, venha de onde vier, tenha a cor que tiver, pois a verdade maior é que somos todos humanos, única raça do planeta azul!
VALDEREZ DE MELLO - Advogada, Pedagoga, psicopedagoga. Autora de Rimas e Rumos.