Operação da PF prende lobista e revela suposto esquema de venda de decisões judiciais no STJ

26 de novembro de 2024 48

Lobista é preso e assessores de ministros são alvo de busca e apreensão em investigação que expõe tráfico de influência no Judiciário

O lobista e empresário Andreson de Oliveira Gonçalves

Em uma operação que revela as entranhas de um esquema de corrupção no Judiciário brasileiro, a Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (26) o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e realizou buscas contra assessores de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A operação marca mais um capítulo na investigação de um extenso esquema de venda de decisões judiciais que já havia atingido o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

 

Principais pontos

  • A PF cumpriu 23 mandados de busca e apreensão e uma prisão preventiva

  • A esposa do lobista, Miriam Ribeiro Gonçalves, foi obrigada a usar tornozeleira eletrônica

  • Investigação teve origem após assassinato do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá

  • Esquema envolvia venda de decisões e tráfico de influência em diversos tribunais

 

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Cronologia do caso

2023

  • Dezembro: Assassinato do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá

  • Apreensão do celular da vítima revela conversas sobre venda de decisões judiciais

2024

  • Outubro:

  • Novembro:

    • Dia 15: Revelação de diálogos sugerindo venda de influência sobre o ministro Kassio Nunes Marques do STF

    • Dia 26: PF prende Andreson e realiza buscas contra assessores do STJ

Detalhamento das investigações

De acordo com informações complementares obtidas em outros veículos de comunicação, o esquema operava de forma sofisticada. O G1 informou que a operação, batizada de "Tempus Veritatis", identificou que o grupo criminoso atuava através de uma rede de intermediários que prometiam acesso privilegiado a decisões judiciais.

 

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O Estadão revelou que os investigadores encontraram evidências de pagamentos que chegavam a R$ 500 mil por decisão favorável. As transações eram mascaradas através de contratos de consultoria jurídica fictícios.

Segundo a Folha de S.Paulo, o lobista mantinha uma rotina de luxo em Brasília, frequentando restaurantes caros e eventos sociais, onde construía sua rede de contatos. O jornal também reportou que ele utilizava empresas de fachada para movimentar os valores recebidos pelo esquema.

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Modus Operandi

O esquema funcionava da seguinte forma:

  1. Andreson, mesmo sem registro na OAB, apresentava-se como advogado em Brasília

  2. Sua esposa, Miriam, atuava formalmente nos processos

  3. O lobista compartilhava minutas antecipadas de decisões do STJ

  4. Valores eram cobrados para "influenciar" decisões judiciais

  5. O grupo utilizava uma rede de assessores e funcionários dentro dos tribunais

Repercussão

O caso ganhou ampla repercussão nacional, especialmente por envolver uma das mais altas cortes do país. O presidente do STJ convocou uma reunião extraordinária para discutir as medidas administrativas a serem tomadas, segundo O Globo.

Posicionamentos

  • Defesa de Andreson: Informou que está acompanhando o cumprimento da operação e ainda não se manifestou sobre o mérito

  • STJ: Ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso

  • Polícia Federal: Afirmou que as investigações continuam para identificar todos os envolvidos no esquema

  • O caso representa um dos maiores escândalos envolvendo o Poder Judiciário nos últimos anos e expõe a vulnerabilidade dos tribunais superiores a esquemas de corrupção. A investigação segue em andamento e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.

Fonte: ALAN ALEX
PAINEL POLITICO (ALAN ALEX)

Alan Alex Benvindo de Carvalho, é jornalista brasileiro, atuou profissionalmente na Rádio Clube Cidade FM, Rede Rondovisão, Rede Record, TV Allamanda e SBT. Trabalhou como assessor de imprensa na SEDUC/RO foi reporte do Diário da Amazônia e Folha de Rondônia é atual editor do site www.painelpolitico.com. É escritor e roteirista de Programas de Rádio e Televisão. .