Pão. Preço deverá subir, mas "continuará a ser o produto mais barato"
Opresidente da ACIP (Associação de Industriais de Comércio, Padarias, Pastelarias e Similares), José Francisco Silva confirmou, em declarações ao Notícias ao Minuto, que “possivelmente” irá haver, em janeiro, uma “retificação do preço do pão”.
Tal justificar-se-á por dois motivos: Por um lado, devido ao aumento do salário mínimo nacional, por outro lado, ao aumento dos custos da energia resultante de um ano “atípico”.
Estes dois fatores vão ter “um impacto importante no setor”, anteviu o responsável, frisando que o setor da panificação sempre foi “muito prudente” por haver a consciência da “componente social” inerente.
Nesse sentido, o dirigente recordou que o preço do pão não sofreu alterações nos últimos seis anos, um sinal do “esforço” de um setor que também foi castigado com a crise. Nos últimos anos, os da crise, lembrou, fecharam muitas padarias no país, mais de mil. “Queremos reverter este processo”, afirmou, sublinhando a importância de se investir numa certa “coesão territorial”. "Queremos que as padarias existam com sustentabilidade e que possam começar a reabrir as padarias de bairro que são muito importantes".
Questionado sobre qual a percentagem de aumento esperada, José Francisco referiu que não poderá estipular um aumento do preço, “porque isso seria entrar numa política de cartel”. Cada industrial “fará as suas contas”, mediante as alterações na estrutura de custos que tiver, destacou.
O que é certo, fez sobressair, é que "o setor não pode continuar a suportar todos os aumentos dos custos”.
Em todo o caso, qualquer que seja o aumento, o dirigente sublinha que “não deve haver motivo de preocupação”. “O pão continuará a ser o produto mais barato, o mais económico” e aquele que, “em muitos casos, está sempre presente na casa dos portugueses”.