PREPARANDO-NOS PARA O NATAL !

18 de dezembro de 2017 868

Como estamos próximos do  Natal, a mais bela festa do ano, deixemos de lado outros assuntos e meditemos um pouco no sentido desta celebração de amor e de ternura, capaz de renovar a esperança de tempos melhores e dias mais felizes. No entanto, ela também reproduz em suas diversas expressões, as desigualdades extremas que caracterizam a sociedade brasileira, sendo que para milhares de famílias submersas na miséria e na exclusão social, há muito pouco o que festejar.

 Nessa trilha, desprezando os excessivos apelos consumistas e os exageros do comércio, ainda mais num ano de crises moral, política e econômica, devemos nos inspirar na real importância da solenidade natalina e na ampla dimensão de fraternidade que ela evoca, contribuindo à anulação dos graves problemas comunitários que afligem nossos irmãos.

Precisamos, mais do que nunca, ater-se ao sentido que ela  encerra, ou seja, o dom que Deus fez de si mesmo a nós, para nossa realização divina, conforme a bela proclamação do apóstolo Paulo em sua carta aos gálatas:- “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações  o espírito do seu filho, que clama : Abba, Pai! De modo que já não és escravo, mas filho. E, se és filho, és também herdeiro, graças a Deus”(4,4-7).

Por isso, louvar o Natal é comemorar a vida, reafirmando na família e na comunidade os valores do Evangelho libertador de Jesus, pois a encarnação é um ato que nasce da liberdade e da benevolência. A sua celebração em todos os anos deveria se transformar em momento de meditação e nessa trilha, enquanto forem furtados ao povo, em especial à criança, os direitos de acesso à educação, à saúde, à moradia digna não haverá comemoração, porque falta libertação. Os indivíduos sem tempo ou condições para pensar, oprimidos e espoliados terão maiores dificuldades em acreditar também na  misericórdia divina.

Aí está a nossa grande responsabilidade: contribuir para que este país propugne por uma distribuição igualitária de renda e por dignidade para sua gente, constantemente explorada em suas aspirações mais primordiais, propiciando-lhes condições que também possam concretizar um senso crítico para que a maioria dos políticos não a explore com tanta facilidade.

Desprendimento, partilha, humildade e caridade são algumas  das palavras desconhecidas pela maioria, ávida de riquezas, incapaz de reconhecer  sua ganância e interesses, ignorando a mensagem cristã, por que a proposta desta incomoda a intensa comercialização das datas festivas. Muitos se reúnem nestas ocasiões para cumprir um ritual frio, enquanto a união deveria cercar-se de esperança, com o pensamento voltado à grande lição de Cristo que manda amar uns aos outros, sem outros cuidados, senão os do amor em si mesmo.

 

 

REFLEXÕES NATALINAS

 

 

Ao invés de só nos atermos aos presente e aos comes e bebes próprios destes festejos natalinos, vamos também refletir sobre as aspectos que nos aproximam das pessoas, do mundo e de Deus, circunstância tão importante, mas tão ausente nos dias de hoje. Baseado em texto de Madre Teresa de Calcutá, denominado “Amor”, vamos responder as perguntas que nos afligem constantemente: “Qual é o dia mais belo de nossa vida? Sempre o hoje./Qual a coisa mais fácil? Errar./  Qual o maior obstáculo? O medo./Qual o maior erro? O abandono aos outros./         Qual a raiz de todos os males? O egoísmo./Qual é a distração mais bela? O trabalho./ Qual é a pior derrota? O desânimo./Qual é primeira necessidade? Comunicar-se./ Qual é a maior felicidade? Ser útil aos outros./Qual o maior mistério? A morte./Qual é o pior defeito? O mau humor./Qual é o pior sentimento? O rancor./Qual é o presente mais belo? O perdão./Quais as piores pessoas? O mentiros e o bajulador./    O que é imprescindível? A família./Qual é a sensação mais agradável? A paz interior./           Qual é a nossa proteção efetiva? O sorriso./Qual é o melhor remédio? O otimismo./Qual é a maior satisfação? O dever cumprido./Qual é a força mais potente do mundo? A fé./Qual é a mais bela de todas as coisas? O AMOR.”

 

 

 

 

 

 JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 

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