Processos de Luciano Hang podem atrapalhar planos da Havan de abrir capital

3 de setembro de 2020 182

Do Estadão:

É difícil pensar em lojas Havan sem lembrar do executivo confiante que gosta de exibir o seu terno verde e amarelo. Luciano Hang, além de diretor-presidente e acionista controlador, é também o principal rosto da companhia, que já conta com uma rede de 147 lojas espalhadas pelo Brasil e que agora pretende abrir capital na Bolsa de Valores. O garoto-propaganda, no entanto, coleciona polêmicas na mesma medida que é um dos principais responsáveis pelo sucesso do grupo.

Membro do Instituto Brasil 200, formado por empresários que apoiaram Jair Bolsonaro durante as eleições de 2018, o bilionário já foi processado pelo Ministério Público do Trabalho por supostamente coagir funcionários a votarem no militar da reserva. Em vídeo publicado na rede interna da empresa durante a corrida presidencial, e que depois chegou às redes sociais, Hang fala aos colaboradores que talvez tivesse que demitir e parar de abrir novas lojas caso a esquerda ganhasse. O inquérito, entretanto, foi arquivado em 2019.

Hang também é alvo de processos por supostas divulgações de fake news e ataques contra ministros da Corte. Durante a pandemia do coronavírus, o empresário fez críticas ao isolamento social horizontal e ao fechamento de lojas, já que considerava a medida precipitada. No prospecto preliminar do grupo, a própria empresa refere-se ao diretor como um dos ‘riscos’ mais relevantes envolvidos no negócio.

 

“O nosso diretor presidente e acionista controlador direto da Companhia já foi no passado e é parte em inquéritos e ações cíveis, criminais e ações civis públicas, relativos a condutas supostamente inapropriadas, e/ou ofensivas, inclusive decorrentes de sua opinião pessoal nas redes sociais, sendo que algumas matérias cíveis tiveram ou podem ainda ter potenciais desdobramentos na esfera criminal”, diz o documento.