PSA mantém ameaça de sair de Mangualde

O grupo Peugeot-Citroën mantém a ameaça de reavaliar o investimento na fábrica de Mangualde se o Governo não apresentar qualquer solução relativamente à alteração das classes das portagens. O alerta foi deixado por Alfredo Amaral, diretor-geral do grupo PSA Portugal, e refere-se ao facto de os novos veículos comerciais que vão começar a ser produzidos na fabrica de Mangualde pagarem Classe 2 nas portagens. “Se não houver solução há o risco de um novo modelo (projeto K9) desaparecer do mercado. Há o risco de o investimento ser reavaliado e está em cima da mesa a continuação da fábrica a médio prazo”, afirmou Alfredo Amaral à margem da apresentação do serviço de carsharing Emov, que decorreu na Câmara de Municipal de Lisboa, esta quarta-feira.
O novo modelo da Citroën, Peugeot e Opel irá pagar classe 2 nas portagens, se não houver qualquer alteração à lei que define as classes dos veículos. O K9 irá pagar classe 2 nas portagens, porque o eixo da frente deste veículo tem mais de 1,10 metros de altura. O grupo francês pretende que haja revisão das classes das portagens e que a altura do eixo da frente deixe de ser considerada como critério para definir as classes. A decisão final em relação ao terceiro turno de produção para o K9 será tomada até ao início do segundo semestre: “precisamos de uma resposta até ao final de julho”, lembrou de novo Alfredo Amaral. Além da produção, a questão das portagens tem condicionado o calendário de apresentação do novo modelo em Portugal, que estava prevista para março e que foi adiada para o final de 2018. Se não houver qualquer decisão, o terceiro turno criado pela PSA Mangualde, que conta com 225 trabalhadores, irá terminar no final de outubro. Ao todo, esta fábrica dá emprego a mais de 900 pessoas. O grupo PSA prevê a produção total de 100 mil unidades do K9 na fábrica de Mangualde em 2019, 20% das quais destinadas ao mercado português. Ou seja, o impacto da classe 2 nas portagens para o K9 afetará 20 mil veículos em todo o ano de 2019, estima o grupo francês. O Governo constituiu, no final de março, uma nova comissão para renegociar o contrato com a Brisa, uma das maiores gestores de autoestradas do país. A eventual revisão do sistema de classificação das portagens é um dos temas em debate.