Para o Ministério Público do Rio, “as centenas de depósitos e saques em espécie realizados de forma fracionada na mesma conta corrente” de Fabrício Queiroz, ex-assessor e motorista do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), “evidencia” a suspeita de que ele recebia mensalmente parte do salário dos demais assessores, e “distribuía parte do dinheiro a outros integrantes da organização criminosa”, através da prática conhecida no meio político como “rachadinha”.
Queiroz admitiu em manifestação enviada por escrito que arrecadava dinheiro dos demais colegas de gabinete, mas não conseguiu provar até agora a versão de que usava esses recursos para contratar assessores externos por fora, prática proibida pela Alerj. “Não há evidências de que quaisquer pessoas tenham sido remuneradas pelos valores desviados para a conta de Fabrício Queiroz”, afirmam os investigadores.
De acordo com os promotores, Fabrício Queiroz sacou R$ 661 mil em dinheiro durante um período de 18 meses, entre janeiro de 2016 e junho de 2018. Estas movimentações, que constam de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vêm se somar a outros dois documentos conhecidos da investigação envolvendo o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.